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Portugal com excedente externo de 2,8 mil milhões até Novembro

As viagens e o turismo continuam em grande destaque no balanço das relações económicas com o exterior. Nos primeiros onze meses do ano, e já no saldo entre importações e exportações, o sector arrecadou do exterior mais de 10 mil milhões de euros para financiar o país.

Pedro Zenkl/Correio da Manhã
Rui Peres Jorge rpjorge@negocios.pt 18 de Janeiro de 2018 às 12:16

Nos primeiros onze meses de 2017 Portugal registou um excedente externo de 2.773 milhões de euros, menos 363 milhões que o valor registado no mesmo período de 2016, avançou o Banco de Portugal (BdP) esta quinta-feira, 18 de Janeiro, explicando a degradação por piores resultados nos saldos do comércio externo de mercadorias e da balança de rendimentos primários (onde se incluem salários, juros, dividendos e algumas transferências da UE).

De acordo com os dados divulgados pelo banco central, entre Janeiro e Novembro de 2017 Portugal acumulou um défice na balança de mercadorias de 10.620 milhões de euros, o que traduz um agravamento de 2.658 milhões de euros. Esta degradação foi só parcialmente compensada pela melhoria de 2.146 milhões de euros no saldo da balança comercial de serviços, que registou um excedente de 14.458 milhões de euros.

"O aumento do excedente da balança de serviços, em 2146 milhões de euros, foi insuficiente para compensar o incremento do défice da balança de bens de 2658 milhões de euros", explica o banco central, que nota que "na rubrica "Viagens e turismo" o excedente aumentou 1.904 milhões de euros, fixando-se em 10183 milhões de euros".

Contas feitas, a balança comercial total (bens e serviços) terminou Novembro de 2017 com um excedente de 3.838 milhões de euros, menos 512 milhões que no mesmo período de 2016, o que traduz um aumento homólogo superior das compras ao exterior face ao registado nas vendas: "As exportações cresceram 11,9% (10,7% nos bens e 14,2% nos serviços) e as importações aumentaram 13,5% (14,1% nos bens e 10,9% nos serviços)", quantifica o BdP.

 

Nas duas balanças de rendimentos os desenvolvimentos foram simétricos. O défice da balança de rendimentos primários (que inclui salários, juros e dividendos e algumas transferências da UE), degradou-se em 524 milhões de euros para -4.485 milhões de euros; enquanto o excedente na balança de rendimentos secundários (de onde se destacam remessas de emigrantes) aumentou 519 milhões de euros, para 1.787 milhões de euros, praticamente compensando a degradação nos rendimentos primários.

 

No conjunto de todas as balanças, Portugal continuou a gerar um excedente na balança corrente e de capital de 2,8 mil milhões de euros, que permitiu "um acréscimo dos activos líquidos de Portugal sobre o exterior no valor de 3393 milhões de euros", reflectindo, "investimento em títulos de dívida por parte do sector financeiro" e a "redução do passivo das administrações públicas", escreve o banco central que lembra que em Novembro o governo pagou ao FMI 2.758 milhões de euros.  

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