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Centeno anuncia que exportações nacionais atingiram 42% do PIB em 2017

O ministro das Finanças afirmou hoje que as exportações portuguesas atingiram 42% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017, indicador que considerou um sinal da resiliência da economia nacional face a uma evolução na política monetária europeia.

Lusa
24 de Janeiro de 2018 às 14:58
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Mário Centeno transmitiu este dado económico no final de um encontro entre o primeiro-ministro, António Costa, e a directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, no âmbito do Fórum Económico Mundial, que decorre em Davos, na Suíça.

 

Questionado sobre o cenário de uma mudança a prazo na política monetária na zona euro, o presidente do Eurogrupo e titular da pasta das Finanças do Governo português defendeu que Portugal "está agora muitíssimo melhor preparado para aquilo que é o futuro da política monetária e económica europeia".

 

"O país mostra muita resiliência em diversos indicadores. Em 2017, Portugal atingirá 42 por cento das exportações no peso do PIB e um crescimento histórico da quota de mercado", disse.

 

Mário Centeno acentuou que as exportações portuguesas, ao longo do último ano, "cresceram muito mais do que o comércio internacional, o que significa que há uma base de sustentabilidade forte da evolução económico-financeira nacional".

 

"Isso permitirá enfrentar melhor os desafios futuros, incluindo os da política monetária", sustentou o ministro das Finanças.

Tendo a directora-geral do FMI ao seu lado, Mário Centeno defendeu que "a boa notícia de hoje é que Portugal paga a última parte do empréstimo que contraiu junto do FMI, o que tem logo um primeiro efeito".

 

"Um efeito directo com poupança de juros a suportar pela dívida, o que aumenta imediatamente os níveis da sua sustentabilidade. Temos ainda uma dívida elevada, mas já com uma trajectória de redução, que foi muito forte em 2017, e que será igualmente em 2018 e nos anos seguintes", prometeu.

 

Mário Centeno disse ainda que, neste quadro, as poupanças em juros directas "são muito significativas".

 

"Se calcularmos as poupanças desde Junho de 2017, estamos perante poupanças directas - isto, com cálculos bastantes conservadores - na ordem dos 400 milhões de euros para o conjunto dos empréstimos. Temos ainda de juntar a este número o impacto nas taxas de financiamento. A última, em Janeiro, é um espelho muito claro disso mesmo, demonstrando que o acesso aos mercados se encontra agora muito mais facilitado", apontou ainda o titular da pasta das Finanças.

 

Ou seja, de acordo com Mário Centeno, caso se verifique a prazo um aumento generalizado dos juros nos mercados internacionais, o país estará preparado para esse ciclo distinto em termos de política monetária.

 

"Registamos igualmente uma forte redução do desemprego nos últimos dois anos (quase menos 50 por cento) e estamos a colocar a dívida numa trajectória decrescente", acrescentou.

 

Em 2016, as exportações pesaram 39,9% do PIB e no ano passado, tal como diz o ministro, deverá ter sido fixado um novo recorde. De acordo com os cálculos do Negócios tendo em conta os primeiros nove meses do ano, o peso das exportações no PIB ascendeu a 42,5% entre Janeiro e Setembro.

No Orçamento do Estado para 2018 o Governo apontava para um crescimento de 8,5% nas exportações de bens e serviços em 2017, com o saldo desta balança a estabilizar em 0,9% do PIB. Para 2018 o Executivo projecta uma melhoria para 1% do PIB.

O Governo de António Costa definiu como meta as exportações representarem metade do PIB, sendo este um dos objectivos do Programa Internacionalizar, uma estratégia com 56 medidas para aumentar as exportações e a captação de investimento directo estrangeiro (IDE). "Se tudo correr conforme as expectativas, Portugal pode entrar na terceira década do século XXI ambicionando atingir 50% de peso das exportações no produto interno bruto (PIB)", afirmou ao Negócios o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, em Setembro.

 

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