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Bruxelas revê em baixa PIB da Zona Euro em 2019 e 2020 e pede ação da política orçamental

A Comissão Europeia vê a Zona Euro a crescer menos este ano e no próximo face às previsões do Verão e, por isso, pede aos países com folga orçamental para a usar.

07 de Novembro de 2019 às 10:16
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A Comissão Europeia prevê que o crescimento da Zona Euro desacelere para 1,1% em 2019 e 1,2% em 2020, após uma subida do PIB de 1,9% no ano passado.

Estas são as previsões de Outono, que foram publicadas esta quinta-feira, 7 de novembro, e que representam uma revisão em baixa face às previsões de Verão publicadas em julho. Nessa altura, a Comissão previa um crescimento de 1,2% em 2019 e de 1,4% em 2020, ou seja, uma recuperação mais significativa da economia europeia no próximo ano.

Apesar da revisão em baixa das previsões, tanto o vice-presidente do Executivo europeu, Valdis Dombrovskis, como o comissário europeu para os Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, notaram que este será o sétimo ano consecutivo de crescimento da Zona Euro. Ambos reconhecem que a envolvente externa se deteriorou, mas também assinalam que o mercado de trabalho continua a melhorar.

Com a incerteza elevada e o setor industrial a ser particularmente afetado, Dombrovskis considera que é altura de os Estados-membros com "folga orçamental" usarem-na. Isto é, aumentarem os gastos públicos, principalmente o investimento, para estimular a procura na Zona Euro. Já os países com dívida pública elevada, onde se inclui Portugal, devem manter "políticas orçamentais prudentes para diminuir os níveis de endividamento". 

"Os desafios que vamos encontrar não deixam margem para complacência", alerta Moscovici naquelas que deverão ser as últimas previsões que apresentará enquanto comissário europeu. Para o francês "todos os eixos da política [económica] irão ser necessários para reforçar a resiliência da Europa e impulsionar o crescimento".

Já é visível alguma mudança na política orçamental, ainda que muito ténue. A Comissão Europeia prevê que o saldo orçamental conjunto da Zona Euro se deteriore ligeiramente por causa da desaceleração da economia e de medidas mais expansionistas em alguns Estados-membros.

O défice agregado deverá subir de 0,5% do PIB, um mínimo histórico alcançado em 2018, para 0,8% em 2019, 0,9% em 2020 e 1% em 2021, num cenário de políticas invariantes (considerando apenas as medidas já legisladas pelos Governos). Contudo, olhando para o saldo estrutural, este deverá ficar "globalmente neutro".

Tal reflete-se também no nível de endividamento dos Estados-membros da Zona Euro face ao PIB, cujo rácio deverá continuar a cair pelo quinto ano consecutivo: de 86,4% em 2019 passará para 85,1% em 2020 e 84,1% em 2021. 

Riscos continuam a ser negativos
Os riscos para estas previsões continuam a ser negativos, ameaçando desacelerar ainda mais a economia da Zona Euro. Entre estes está um maior aumento da incerteza mundial, um reforço das tensões comerciais e geopolíticas e uma travagem mais acentuada do que o previsto na China, a segunda maior economia do mundo.

"Mais perto de casa, os riscos incluem um Brexit desordeiro e a possibilidade da fraqueza do setor industrial pode ter um efeito de arrastamento nos setores orientados para a procura doméstica", escrevem os técnicos da Comissão Europeia.

No entanto, também pode haver surpresas positivas, nomeadamente com a diminuição das tensões comerciais, o que parece estar a acontecer com os desenvolvimentos mais recentes das negociações entre os EUA e a China. Além disso, se os Estados-membros seguirem a recomendação da Comissão de usarem a folga orçamental, "o crescimento também iria beneficiar".

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