Notícia
Bruxelas prevê inflação mais acentuada na zona euro. Deverá chegar aos 3,5% este ano
Ao invés dos 2,2% anteriormente previstos, Bruxelas estima que a inflação possa atingir 3,5% este ano na zona euro. Previsão está em linha com o que diz o BCE sobre o "carácter temporário" da subida de preços. Para 2023, haverá abrandamento para 1,7%.
10 de Fevereiro de 2022 às 15:44
A Comissão Europeia reviu em alta esta quinta-feira as projeções de inflação na zona euro para este ano. Ao invés dos 2,2% anteriormente previstos, Bruxelas estima que a taxa de inflação possa atingir os 3,5% este ano, devendo começar a abrandar a partir de outubro, tal como antecipa o Banco Central Europeu (BCE).
O comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, explicou, na apresentação das projeções de Inverno da Comissão Europeia, que "os preços da energia devem permanecer altos por mais tempo do que o previsto e as pressões inflacionistas deverão estender-se a várias categorias de bens e serviços".
O pico da inflação na zona euro deverá ser atingido "no primeiro trimestre de 2022 e permanecer acima de 3% até o terceiro trimestre do ano". O executivo comunitário espera, no entanto, que "a inflação diminua acentuadamente no último trimestre do ano e se estabeleça abaixo de 2% no próximo ano".
No conjunto da zona euro, a inflação deverá, assim, crescer de 2,6% em 2021 (2,9% na União Europeia) para 3,5% (3,9% UE) em 2022, antes de abrandar para 1,7% (1,9% UE) em 2023.
Em linha com previsões do BCE
As previsões da Comissão Europeia estão em linha com as perspetivas do BCE, que tem insistido que a inflação é "temporária" e que, ao contrário do que anunciou a Reserva Federal norte-americana, não será preciso avançar, para já, com subidas das taxas de juro para conter as pressões inflacionistas.
Paolo Gentiloni admite que há "diferenças enormes na inflação" na UE e na zona euro e que "há muitos fatores que contribuem para estas diferenças", sobretudo a subida dos preços do gás natural, que "aumentaram 7 vezes entre janeiro de 2020 e janeiro de 2022". "Há também a subida do preço da eletricidade, mas a inflação está a acelerar sobretudo devido aos preços do gás", disse.
O comissário europeu salientou que o aumento da inflação "vai ficar por muitos meses", mas que considera que as previsões agora apresentadas são "equilibradas" e que não deve ser subestimada a retoma económica que se tem feito sentir na zona euro e no conjunto da UE.
Questionado sobre um eventual "aperto" nos estímulos financeiros às economias europeias, Paolo Gentiloni referiu que "qualquer ajustamento à política monetária será gradual", como reiterou a presidente do BCE, Christine Lagarde, no Parlamento Europeu, e que essa é uma questão da competência exclusiva do banco central.
Juros "sem grande impacto" para países endividados
Para já, Paolo Gentiloni indica que a zona euro continua a beneficiar de condições de financiamento muito favoráveis. "As taxas reais de financiamento continuam em território negativo e isto significa condições favoráveis de financiamento, sem grande impacto também para os países mais endividados", afirmou.
Apesar de as taxas de juro continuarem relativamente baixas, o comissário salientou que "isso não signifcia que o problema do elevado endividamento não existe". Com os Estados-membros a contraírem dívida conjunta nos mercados para financiarem a retoma económica, Paolo Gentiloni diz que "essa é uma questão que tem de ser abordada, mas sem comprometer o crescimento".
Sobre a subida das taxas de juro nos Estados Unidos, afiançou ainda que "a inflação na Europa e nos Estados Unidos não é exatamente a mesma coisa", apesar de haver "uma relação". No caso dos preços de energia, tiveram "uma trajetória muito diferente", assegurou, "mas, mais uma vez, isso não cabe à Comissão decidir", concluiu.
O comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, explicou, na apresentação das projeções de Inverno da Comissão Europeia, que "os preços da energia devem permanecer altos por mais tempo do que o previsto e as pressões inflacionistas deverão estender-se a várias categorias de bens e serviços".
No conjunto da zona euro, a inflação deverá, assim, crescer de 2,6% em 2021 (2,9% na União Europeia) para 3,5% (3,9% UE) em 2022, antes de abrandar para 1,7% (1,9% UE) em 2023.
Em linha com previsões do BCE
As previsões da Comissão Europeia estão em linha com as perspetivas do BCE, que tem insistido que a inflação é "temporária" e que, ao contrário do que anunciou a Reserva Federal norte-americana, não será preciso avançar, para já, com subidas das taxas de juro para conter as pressões inflacionistas.
Paolo Gentiloni admite que há "diferenças enormes na inflação" na UE e na zona euro e que "há muitos fatores que contribuem para estas diferenças", sobretudo a subida dos preços do gás natural, que "aumentaram 7 vezes entre janeiro de 2020 e janeiro de 2022". "Há também a subida do preço da eletricidade, mas a inflação está a acelerar sobretudo devido aos preços do gás", disse.
O comissário europeu salientou que o aumento da inflação "vai ficar por muitos meses", mas que considera que as previsões agora apresentadas são "equilibradas" e que não deve ser subestimada a retoma económica que se tem feito sentir na zona euro e no conjunto da UE.
Questionado sobre um eventual "aperto" nos estímulos financeiros às economias europeias, Paolo Gentiloni referiu que "qualquer ajustamento à política monetária será gradual", como reiterou a presidente do BCE, Christine Lagarde, no Parlamento Europeu, e que essa é uma questão da competência exclusiva do banco central.
Juros "sem grande impacto" para países endividados
Para já, Paolo Gentiloni indica que a zona euro continua a beneficiar de condições de financiamento muito favoráveis. "As taxas reais de financiamento continuam em território negativo e isto significa condições favoráveis de financiamento, sem grande impacto também para os países mais endividados", afirmou.
Apesar de as taxas de juro continuarem relativamente baixas, o comissário salientou que "isso não signifcia que o problema do elevado endividamento não existe". Com os Estados-membros a contraírem dívida conjunta nos mercados para financiarem a retoma económica, Paolo Gentiloni diz que "essa é uma questão que tem de ser abordada, mas sem comprometer o crescimento".
Sobre a subida das taxas de juro nos Estados Unidos, afiançou ainda que "a inflação na Europa e nos Estados Unidos não é exatamente a mesma coisa", apesar de haver "uma relação". No caso dos preços de energia, tiveram "uma trajetória muito diferente", assegurou, "mas, mais uma vez, isso não cabe à Comissão decidir", concluiu.