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Bruxelas otimista vê Portugal a crescer mais do que esperava e do que a Zona Euro

Com a economia da Zona Euro a escapar à recessão técnica, a Comissão Europeia reviu em alta as suas estimativas de crescimento económico para os países da moeda única, Portugal incluído. Espera agora que o PIB português cresça 1%, acima da Zona Euro. Bruxelas também está mais otimista para a inflação.

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13 de Fevereiro de 2023 às 09:06
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A Comissão Europeia está mais otimista para a economia da Zona Euro e de Portugal, esperando que o PIB português cresça 1% este ano, ligeiramente acima do conjunto dos países da moeda única. Bruxelas também melhorou ligeiramente as perspetivas de inflação, prevendo agora que os preços cresçam menos este ano. 


Segundo as previsões de inverno divulgadas nesta segunda-feira, 13 de fevereiro, a Comissão Europeia estima que a economia portuguesa trave a fundo este ano, crescendo 1%, depois de, no ano passado, ter avançado 6,7%. 


Ainda assim, a estimativa que Bruxelas apresenta agora é superior à apresentada nas previsões de Outono, quando esperava que a economia portuguesa crescesse apenas 0,7%. 


O otimismo alarga-se à União Europeia (UE) como um todo. "Quase um ano depois da invasão russa à Ucrânia, a economia da UE entrou melhor em 2023 do que estava no outono", afirma a Comissão, em comunicado. Nesse sentido, reviu ligeiramente em alta a estimativa de crescimento para os 20 países da moeda única, dos 0,7% esperados anteriormente, para 0,9%. 


Comparando as duas estimativas, Portugal cresce acima da moeda única - mas também da UE, que Bruxelas prevê que avance 0,8% este ano. "As duas áreas devem evitar a recessão técnica que foi antecipada" para o inverno, diz a Comissão.


É isso também que acontece em Portugal. "A economia portuguesa continuou a crescer no final de 2022 apesar das difíceis condições globais", frisa. Ainda assim, e apesar de a subida de preços ter abrandado e de o sentimento económico ter melhorado em janeiro, Bruxelas sublinha que "as previsões de crescimento para o primeiro trimestre deste ano continua fraco".

A Comissão Europeia antecipa que a economia portuguesa comece a ganhar ritmo "algures no segundo trimestre" e que acelere a partir daí, atingindo uma taxa de crescimento anual de 1,8% em 2024.

Ainda assim, as estimativas europeias são inferiores às do Governo. Recorde-se que no Orçamento do Estado para 2023, o Ministério das Finanças previa que a economia portuguesa cresça 1,3% este ano. 

Preços continuam a subir em força, mas menos do que o esperado

Nas previsões divulgadas nesta segunda-feira, a Comissão Europeia melhorou também a estimativa de subida de preços. Embora espere que a inflação continue alta, prevê agora que subam menos do que o antecipado nas estimativas de Outono.

Para Portugal, a expectativa é que os preços subam 5,4% este ano, abaixo dos 5,8% previstos anteriormente. Isto depois de a inflação (medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor) ter crescido 8,1% em Portugal no ano passado. Também neste ponto, as estimativas portuguesas são melhores para Portugal do que para a Zona Euro. A estimativa de Bruxelas aponta para uma subida de preços de 5,6% este ano, depois dos 8,4% históricos atingidos na Zona Euro em 2022. 

A descida em Portugal está em linha com "a correção dos preços energéticos e a evolução dos mercados de matérias-primas", explica a Comissão. As fortes chuvas no país nos últimos meses também deve ter apoiado o caminho desinflacionista nos preços de energia e de bens alimentares, "revertendo parcialmente os efeitos severos da seca que afetou o país em setembro", explica Bruxelas. "A subida dos níveis de reserva de água parece contribuir para a descida significativa dos preços energéticos no mercado ibérico", resume.

Questionado sobre o impacto do mecanismo ibérico de energia na redução da inflação, o comissário com a pasta da Economia, Paolo Gentiloni, respondeu que sim: "Provou ter um contributo muito útil". 

No entanto, Bruxelas mostra-se preocupada com o impacto do salários nos preços. "As pressões de subida de salários devem continuar a manter a inflação dos serviços e a inflação subjacente [considerada mais crítica, por retirar os bens energéticos e alimentares mais voláteis] relativamente elevadas", avisa. 

(Notícia atualizada com declarações do comissário Gentiloni às 10:43)

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