Notícia
Bem-estar dos portugueses tem o maior aumento dos últimos 12 anos
Os portugueses estão a viver cada vez melhor. Quem o diz é o INE cujo índice de bem-estar registou em 2016 a maior subida. Apesar da recuperação, em matéria de condições materiais de vida, as famílias estão ainda muito pior do que em 2004.
Estas conclusões são retiradas do índice de bem-estar estimado pelo Instituto Nacional de Estatística que reúne informação relativa às condições materiais de vida – tal como o emprego, remuneração, habitação por exemplo – e à qualidade de vida – que reflecte aspectos como a saúde, educação e segurança.
Trabalhadores mais vulneráveis
A chave para esta incógnita parece estar nos aspectos relacionados com o trabalho dos portugueses, tanto a nível remuneratório como a nível de estabilidade e segurança face ao risco de desemprego. O sub-índice de trabalho e remuneração, que mede aspectos como a vulnerabilidade do trabalho, a disparidade salarial e a qualidade do emprego dá conta de uma queda de 25% face à realidade existente em 2004 - atingiu o fundo em 2013 com uma degradação acumulada de 30%.
O sub-índice de vulnerabilidade económica revela uma evolução menos dramática, mas ainda assim muito expressiva: apesar da recuperação notável dos últimos seis anos, este índice que reflecte questões como a pobreza monetária, privação material, endividamento e vulnerabilidade da habitação está ainda 11% abaixo do verificado há 12 anos.
Educação e conhecimento disparam
As boas notícias vêm do lado da qualidade de vida. E aqui o destaque vai necessariamente para aquilo que o INE designa como educação, conhecimento e competências. Este sub-índice mais do que duplicou (+113%) desde 2004, numa subida ininterrupta que não tem comparação com mais nenhuma dimensão.
Outro aspecto que registam uma evolução muito favorável dizem respeito à participação cívica e política dos portugueses e à confiança que estes depositam nas instituições, algo que pode surpreender e contrariar aquilo que é o senso comum. O INE dá conta de uma melhoria de 48% face a 2004 neste sub-índice.
Também ao nível da segurança pessoal e do ambiente existem claras melhorias, embora aqui a evolução seja mais errática ao longo do período em análise.
Muito relevante é o retrato que é dado sobre a saúde e os cuidados de saúde prestados aos portugueses. Apesar da melhoria verificada no ano passado, os indicadores e resultados na saúde e a avaliação da prestação de cuidados de saúde continuam abaixo do que se registava em 2013.
A evolução positiva que vinha verificando-se desde o início do século foi interrompida a partir de 2010, o que poderá reflectir os cortes orçamentais na Saúde e a pressão crescente que existe sobre o Serviço Nacional de Saúde. A este respeito, o ano de 2014 foi particularmente negro.
(notícia completada às 11:56)