Notícia
Banco de Portugal mais otimista espera mais crescimento e menos inflação
O Banco de Portugal melhorou as suas estimativas para o crescimento económico e para a inflação. Mário Centeno espera que PIB cresça 2,7% e que a subida de preços abrande para 5,2%.
O Banco de Portugal (BdP) está mais otimista do que estava em março, esperando agora que a economia portuguesa cresça 2,7% e que a inflação recue para 5,2% este ano.
"As projeções para o crescimento da atividade foram revistas em alta", começa por dizer a instituição liderada por Mário Centeno, no Boletim Económico divulgado nesta sexta-feira, 16 de junho. A expectativa do banco central é, agora, que a economia cresça 2,7% este ano, 2,4% no próximo e 2,3% em 2025.
A melhoria das perspetivas acontece em cada um dos anos, mas é mais expressiva para este ano. Em março, o BdP antecipava que a economia crescesse 1,8%, a diferença, apresentada agora, é de 0,9 pontos percentuais. E deve-se sobretudo à surpresa do primeiro trimestre deste ano, quando a economia cresceu acima do esperado, 1,6% em cadeia, sustentada em larga medida pelo dinamismo das exportações (sobretudo turismo).
No entanto, o banco central espera que a economia trave nos próximos trimestres, embora continue a crescer. Este segundo trimestre será o mais fraco (com um avanço de 0,3% face ao trimestre anterior), quando a segunda metade do ano verá crescimentos trimestrais em cadeia de 0,5%, antecipa.
"Para 2024 e 2025 verifica-se uma revisão em alta de menor magnitude e transversal a todas as componentes da despesa", afirma o BdP. Em março, a expectativa era que a economia avançasse 2% em cada um dos dois próximos anos.
O banco central espera um aumento do contributo da procura interna para o PIB a partir do próximo ano, ao esperar mais crescimento do rendimento disponível em termos reais - alavancado pela manutenção de dinamismo no mercado de trabalho -, mas também pelas exportações, esperando ganhos de quota de mercado (sobretudo no turismo).
Inflação geral revista em baixa, mas inflação persistente preocupa
O otimismo do BdP alastra-se à evolução dos preços. Em termos gerais, o banco central espera que o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) recue para 5,2% este ano, uma melhoria de 0,3 pontos percentuais face ao que estimou em março.
O banco central antevê agora uma inflação em 2024 ligeiramente mais elevada (3,3% contra 3,2%) e o mesmo ritmo de subida de preços em 2025 - 2,1%, ainda acima da meta do Banco Central Europeu (BCE) para a contenção de preços.
A revisão deste ano deve-se a menores pressões inflacionistas externas e o "impacto da redução temporária do IVA para alguns bens alimentares a serem parcialmente compensadas por maiores pressões internas sobre a componente de serviços".
A autoridade liderada por Mário Centeno explica que este ano, "o abrandamento da subida de preços deverá resultar das componentes mais voláteis da inflação", sobretudo a redução esperada do preço das matérias-primas energéticas e alimentares nos mercados internacionais.
O problema é a inflação excluindo esses bens, ou seja, a inflação subjacente, que é considerada mais persistente e, por isso, mais difícil de combater. "A redução da inflação excluindo estes bens será posterior, condicionada por efeitos indiretos desfasados com origem nas componentes voláteis da inflação e por pressões associadas ao aumento dos salários e margens de lucro", afirma o BdP.
Nesse sentido, e tal como fez o BCE para a Zona Euro, a equipa de Mário Centeno reviu em alta as estimativas para a inflação subjacente em Portugal: espera que suba para 5,7% em 2023, mais 0,7 pontos percentuais do que o esperado em março. O ritmo de subida dos preços menos voláteis deverá abrandar depois para 3,1% em 2024 e 2,3% em 2025 - em linha com as estimativas anteriores.
"As projeções para o crescimento da atividade foram revistas em alta", começa por dizer a instituição liderada por Mário Centeno, no Boletim Económico divulgado nesta sexta-feira, 16 de junho. A expectativa do banco central é, agora, que a economia cresça 2,7% este ano, 2,4% no próximo e 2,3% em 2025.
No entanto, o banco central espera que a economia trave nos próximos trimestres, embora continue a crescer. Este segundo trimestre será o mais fraco (com um avanço de 0,3% face ao trimestre anterior), quando a segunda metade do ano verá crescimentos trimestrais em cadeia de 0,5%, antecipa.
"Para 2024 e 2025 verifica-se uma revisão em alta de menor magnitude e transversal a todas as componentes da despesa", afirma o BdP. Em março, a expectativa era que a economia avançasse 2% em cada um dos dois próximos anos.
O banco central espera um aumento do contributo da procura interna para o PIB a partir do próximo ano, ao esperar mais crescimento do rendimento disponível em termos reais - alavancado pela manutenção de dinamismo no mercado de trabalho -, mas também pelas exportações, esperando ganhos de quota de mercado (sobretudo no turismo).
Inflação geral revista em baixa, mas inflação persistente preocupa
O otimismo do BdP alastra-se à evolução dos preços. Em termos gerais, o banco central espera que o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) recue para 5,2% este ano, uma melhoria de 0,3 pontos percentuais face ao que estimou em março.
O banco central antevê agora uma inflação em 2024 ligeiramente mais elevada (3,3% contra 3,2%) e o mesmo ritmo de subida de preços em 2025 - 2,1%, ainda acima da meta do Banco Central Europeu (BCE) para a contenção de preços.
A revisão deste ano deve-se a menores pressões inflacionistas externas e o "impacto da redução temporária do IVA para alguns bens alimentares a serem parcialmente compensadas por maiores pressões internas sobre a componente de serviços".
A autoridade liderada por Mário Centeno explica que este ano, "o abrandamento da subida de preços deverá resultar das componentes mais voláteis da inflação", sobretudo a redução esperada do preço das matérias-primas energéticas e alimentares nos mercados internacionais.
O problema é a inflação excluindo esses bens, ou seja, a inflação subjacente, que é considerada mais persistente e, por isso, mais difícil de combater. "A redução da inflação excluindo estes bens será posterior, condicionada por efeitos indiretos desfasados com origem nas componentes voláteis da inflação e por pressões associadas ao aumento dos salários e margens de lucro", afirma o BdP.
Nesse sentido, e tal como fez o BCE para a Zona Euro, a equipa de Mário Centeno reviu em alta as estimativas para a inflação subjacente em Portugal: espera que suba para 5,7% em 2023, mais 0,7 pontos percentuais do que o esperado em março. O ritmo de subida dos preços menos voláteis deverá abrandar depois para 3,1% em 2024 e 2,3% em 2025 - em linha com as estimativas anteriores.