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Medina adia votação sobre continuidade de Salgado na SRU

O presidente da Câmara de Lisboa avançou esta quinta-feira com um pedido de adiamento da votação que deveria confirmar a continuidade de Manuel Salgado à frente da empresa municipal de obras, a Lisboa Ocidental. Todos os partidos da oposição se preparavam para votar contra.

17 de Outubro de 2019 às 12:21
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A votação dos membros do conselho de administração da Lisboa Ocidental SRU, agendada para hoje em reunião do executivo camarário, foi adiada a pedido de Fernando Medina, apurou o Negócios junto de vereadores presentes. Desta reunião deveria sair a designação do representante da autarquia na SRU, o qual, por sua vez, estaria mandatado para designar o nome de Manuel Salgado para presidente da empresa municipal responsável pelas obras do município.

 

Tal como o Negócios avançou na sua edição desta quinta-feira, todos os vereadores da oposição se preparavam para votar contra, o que significa que, com apenas os votos de oito vereadores no conjunto dos 17, Fernando Medina veria recusada a sua proposta.

 

O vereador do Bloco, Manuel Grilo, foi o primeiro a tirar oficialmente o tapete a Medina e emitiu um comunicado em que sustentava que a recondução, ou novo mandato, de Manuel Salgado "sem que este exerça, atualmente, qualquer cargo público que justifique manter-se nos órgãos sociais" da empresa, "não se afigura a melhor solução para a salvaguarda do interesse público, da democracia e do escrutínio público que uma empresa tão importante exige".

 

O rumo que tem vindo a ser dado à SRU tem levantado fortes críticas entre  os vereadores da oposição, que invocam razões políticas mais do que razões pessoais para votarem contra a continuidade de Manuel Salgado, que recentemente deixou o cargo de vereador do urbanismo, mas que disse desde sempre que pretendia manter-se na presidência da SRU.

 

Os vereadores do PSD preparavam-se igualmente para votar contra, alegando que "nada se alterou no que se refere às divergências existentes relativamente à política de reabilitação urbana de Lisboa e, em particular, no que se refere à missão e enquadramento de Lisboa Ocidental, SRU, que consideram desajustada", disse ao Negócios João Pedro costa, um dos vereadores laranja.  O PSD lembra, nomeadamente, que neste momento "a Lisboa Ocidental, SRU não constitui efetivamente uma Sociedade de Reabilitação Urbana, nos termos previstos no Regime Jurídico da Reabilitação Urbana, sendo antes uma "SRE – Sociedade de Realização de Obras". E, também, que "o âmbito territorial da Lisboa Ocidental, SRU deixou de ser a Lisboa Ocidental, passando a abranger a totalidade do Município, e esta transformação não ficou expressa na designação da empresa".

 

Os estatutos da SRU foram alterados recentemente e a empresa perdeu as funções que tinha em matéria de urbanismo, mas "adquiriu competências muito expressivas na câmara, incluindo as da extinta direção municipal de projetos e obras", lembra, por seu turno, Ana Jara, vereadora do PCP. "Muitos dos projetos que antes vinham à câmara, como grandes empreitadas, deixaram de vir e agora não temos hipóteses de apreciar e escrutinar", pelo que o PCP votaria contra agora, "como votou sempre contra todo o poder que a SRU adquiriu".

 

Também os quatro vereadores do CDS votariam contra, segundo disse ao Negócios o centrista João Gonçalves Pereira, que critica "esta dança de cadeiras promovida por Fernando Medina" e lembra igualmente a questão dos " milhões de euros de orçamento que fogem ao escrutínio da câmara".

 

A SRU, recorde-se, tem previsto para 2020 um orçamento de 57 milhões de euros – mais 256, 3% do que os 16 milhões previstos para 2019, de acordo com a proposta de orçamento para o próximo ano apresentada esta quarta-feira pelo vereador das Finanças, João Paulo Saraiva.

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