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Mais de metade da despesa de Lisboa está concentrada em 50 empresas

A Câmara de Lisboa aderiu esta manhã ao compromisso de pagamento pontual a fornecedores. O município tem 4.669 fornecedores, que receberam quase mil milhões de euros nos últimos cinco anos. Mais de metade desse valor foi para 50 empresas.

Miguel Baltazar/Negócios
06 de Abril de 2017 às 13:20
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A Câmara de Lisboa já está a pagar em apenas dois dias aos fornecedores, mas ainda assim decidiu aderir esta manhã ao Compromisso Pagamento Pontual, promovido pela Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE). O vereador das Finanças do município, João Paulo Saraiva, indicou que Lisboa tem registados no sistema 4.669 fornecedores que, nos últimos cinco anos, foram pagos por algum serviço ou bem.

 

Esses fornecedores receberam um total de 992 milhões de euros entre 2012 e 2016, mas a maior fatia da despesa ficou concentrada em 50 empresas. Um total de "524 milhões foram gastos com 50 fornecedores, com quem há uma relação intensa", nas áreas de "fornecimento de energia, abastecimento de águas ou construção", descreveu o vereador. O que significa que 53% da despesa ficou nas mãos de 1,1% dos fornecedores.

 

De acordo com os dados divulgados pelo vereador, a área que representou os maiores gastos nos últimos cinco anos foi a de água e saneamento, com um gasto de 157 milhões de euros, ou 29,9% do total. Seguiram-se as áreas de construção (edificado e infra-estruturas), que consumiram 121 milhões de euros, ou 23,1%, e o sector das energias que exigiu gastos de 95 milhões de euros (18,2% do total). Isto significa que 71,2% dos pagamentos a fornecedores do município foram feitos a estes três sectores, o que ajuda a explicar a concentração de despesas em 50 fornecedores.

 

Mais de metade destes gastos – 50,8% – foi feita em empresas localizadas no município lisboeta. 33,7% dos fornecedores estavam sediados na Área Metropolitana de Lisboa e 15,5% no resto do país.

 

A Câmara de Lisboa quer aumentar a sustentabilidade das contas e elege, como objectivo a cinco anos, "reduzir o peso das adjudicações ao mais baixo preço e substituí-lo por critérios de proposta economicamente mais vantajosa". Não são a mesma coisa. "Fazemos péssimas compras se olharmos só para o preço mais baixo. Temos de introduzir critérios sociais e ambientais de forma mais expressiva", afirmou o vereador, explicando que o baixo preço dos contratos omite a manutenção e garantias, que depois de revelam dispendiosas.

 

João Paulo Saraiva disse ser ainda importante "garantir a concorrência", e diz que terá de se "melhorar o sistema de compras para garantir que mais processos são submetidos à concorrência".

 

O vereador acrescentou que é necessário "colocar em cima da mesa" alguns critérios, como a "precariedade laboral, igualdade de género, equilíbrio saudável da vida profissional/pessoal, oferta de trabalho para desempregados, trabalhadores com deficiência", para assim "distinguir" os parceiros que os cumpram nas operações de contratação pública.

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