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Lisboa gastou 15 vezes mais que o Porto no combate à pandemia
A autarquia liderada por Rui Moreira destaca-se pela baixa realização de despesa em ações anti-covid, face a Lisboa, Cascais, Sintra e Gaia. Quebra nas taxas turísticas tirou 23 milhões à capital e 10 milhões à Invicta em 2020.
A despesa da Câmara de Lisboa com as medidas extraordinárias de combate à pandemia de covid-19 ascendeu a 77,7 milhões de euros, o que corresponde a 6,7% do orçamento total, o que compara com os 5,6 milhões de euros (1,78%) que a congénere do Porto investiu nas mesmas rubricas ao longo de 2020.
As contas são apresentadas pelo Público esta segunda-feira, 26 de abril, mostrando que a autarquia liderada por Rui Moreira se destacou pelo baixo esforço financeiro neste domínio, tendo investido cerca de 15 vezes menos do que a edilidade liderada pelo socialista Fernando Medina.
Em comparação também com Cascais, Sintra e Vila Nova de Gaia, os dados mostram que a Câmara portuense gastou bem menos do que os dois municípios da região de Lisboa (25 e 20 milhões de euros, respetivamente). E, percentualmente, face ao orçamentado para 2020, o esforço com a covid-19 na Invicta foi também menor do que na vizinha na margem sul do Douro.
Confrontada com estas diferenças face às verbas alocadas para o combate à pandemia, face ao que fizeram estas outras grandes cidades portuguesas, fonte da autarquia portuense respondeu ao mesmo jornal que os apoios do Estado estão a ser dirigidos aos vários setores, garantindo que a Câmara gastou o dinheiro necessário para colmatar as consequências desta crise sanitária.
Já no plano das receitas, Lisboa registou uma quebra de 6% no ano passado, equivalente a 74,6 milhões de euros, que acabou por ser muito superior à registada no Porto (-3,4%, 13,2 milhões de euros). A suspensão do pagamento de estacionamento em parquímetros ou a diminuição das taxas de publicidade deram um contributo negativo, mas a maior redução foi sentida nas taxas municipais de turismo: 23 milhões a menos em Lisboa e 10 milhões a menos no Porto.