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Câmara de Lisboa vai recuperar moinhos de vento da cidade

A proposta, inicialmente apresentada pelo PCP, foi apreciada em reunião privada do executivo municipal e acabou por ser subscrita por todas as forças políticas, disse à Lusa fonte oficial do município, presidido por Fernando Medina (PS).

Lisboa está entre as autarquias que optaram por penalizar os imóveis devolutos ou em ruínas espalhados pela cidade.
Pedro Catarino
18 de Março de 2021 às 23:36
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A Câmara de Lisboa decidiu hoje, por unanimidade, promover uma operação integrada para a recuperação, qualificação e valorização dos moinhos de vento da cidade.

A proposta, inicialmente apresentada pelo PCP, foi apreciada em reunião privada do executivo municipal e acabou por ser subscrita por todas as forças políticas, disse à Lusa fonte oficial do município, presidido por Fernando Medina (PS).

Em novembro, quando o PCP apresentou a proposta, o vereador comunista Josué Caldeira destacou que o "Plano Diretor Municipal da cidade identifica na sua lista de imóveis de interesse municipal 10 moinhos ou conjuntos de moinhos dispersos pela cidade" que, do ponto de vista global, encontram-se em "elevado nível de degradação e de abandono".

"E, portanto, nesta perspetiva, há uma certa urgência na apresentação e na implementação de uma operação deste tipo, no sentido de não deixar perder esta componente do património histórico, económico e social", defendeu na altura.

Em primeiro lugar, apontou, a câmara deve elaborar "um plano de recuperação e de qualificação dos moinhos, em que é preciso fazer um levantamento e uma identificação muito rigorosa do estado de degradação" em que os mesmos se encontram.

A proposta hoje apreciada estabelece também que a Câmara de Lisboa proceda à recuperação integral do conjunto dos Moinhos de Santana, na freguesia de Belém, "tendo em vista a criação de um Polo Museológico dos Moinhos de Vento de Lisboa, composto pelos dois moinhos a recuperar e por um centro interpretativo (...) a criar no Parque Urbano dos Moinhos de Santana".

Por fim, deve ser definida uma estrutura de gestão da operação, "a implementar num período máximo de cinco anos".

"A cidade de Lisboa já foi um lugar que contou com uma presença bastante significativa de moinhos de vento. Há cerca de um século e meio, Lisboa destacava-se das restantes capitais europeias com o maior número de moinhos de vento no seu perímetro. De acordo com registos históricos, trabalhavam nas colinas periféricas da cidade, em 1834, 'não menos de 100 moinhos de vento cuja produção se juntava à de cerca de 25 azenhas e ainda à de um reduzido número de velhas atafonas'", é recordado no documento.

A proposta destaca ainda que os moinhos "podem e devem ser mobilizados a participar no quadro da construção de uma agenda urbana com vista à afirmação de um desenvolvimento sustentável, designadamente no que se refere a formas de vida e modos de produção valorizadores dos recursos endógenos, mais eficientes na utilização de recursos naturais e assentes em padrões alternativos de produção e de consumo energético de onde emerge a questão central das energias renováveis".

"Devem ainda ser mobilizados a participar no quadro da construção de um espaço público organizado para o bem-estar coletivo, para a qualidade de vida das comunidades onde se localizam e para a promoção de relações de vizinhança assentes em princípios valorizadores do bem comum", acrescenta o texto.
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