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Autárquicas: Jerónimo admite acordos pós-eleitorais para "resolver problemas"

Depois do inédito apoio parlamentar conferido ao actual Governo do PS e com as autárquicas de 2017 em vista, Jerónimo de Sousa admitiu a hipótese de estabelecer acordos pós-eleitorais "para resolver problemas".

Miguel Baltazar
22 de Novembro de 2016 às 16:04
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O secretário-geral comunista admitiu esta terça-feira, 22 de Novembro, a possibilidade de a Coligação Democrática Unitária (CDU, que integra PCP e Verdes) vir a estabelecer acordos pós-eleitorais "para resolver problemas", embora concorra autonomamente, "sem excepções", às eleições autárquicas de 2017.

"Está claro para nós que vamos concorrer no quadro da CDU. Naturalmente, depois das eleições, nunca tivemos problemas em entender-nos e assumir compromissos com aqueles que querem resolver os problemas das populações, mas na batalha eleitoral vamos concorrer, sem excepções, no quadro da CDU", afirmou Jerónimo de Sousa, após um encontro com dirigentes da Associação Intervenção Democrática (ID), que faz parte da CDU, juntamente com "Os Verdes".

Sobre a influência que a posição conjunta assinada com o PS terá nos futuros resultados eleitorais, o líder do PCP recusou a palavra "apoio".

"Não se trata de uma força de apoio. Estamos perante um Governo do PS com o programa do PS que tem de contar com o PCP e o PEV para dar resposta aos problemas dos trabalhadores, do povo e do país", esclareceu, salientando os "encontros sistemáticos no plano bilateral" e a "contribuição que corresponde ao grande objectivo - tudo fazer para serem tomadas as medidas mais urgentes para que se arrede aquela política desgraçada que durante quatro anos imperou no país".

Vincando que "o PS não se libertou de constrangimentos externos e internos e tem de dar resposta a esse problema", Jerónimo de Sousa reconheceu que "o grau de compromisso e o nível de convergência" encontrado "conseguiu resultados", exemplificando com aumentos de reformas e pensões, a valorização da contratação colectiva, a baixa do IVA da restauração, manuais escolares gratuitos, o fim da sobretaxa de IRS e aumento do salário mínimo.

"O balanço que fazemos é o de que valeu a pena estar nesta batalha com a nossa contribuição e proposta para levar o PS a considerar matérias e direitos que nem sequer estão no programa do PS. Valorizamos muito a contribuição do PCP para resolver problemas e corresponder a anseios profundos do povo", afirmou, dando conta de haver um sentimento em todo o país "de grande respeito e admiração pelo papel que o PCP tem tido".

O secretário-geral do PCP destacou a "perspectiva de contar com a ID na CDU, um grande espaço de participação e intervenção de muitos e muitos independentes que estão com este projecto. A CDU vai concorrer no todo nacional".

O dirigente da ID João Vicente, referiu que, "mesmo fora dos períodos eleitorais é natural e necessária a troca de informação", sobretudo numa altura de "discussão do Orçamento do Estado para 2017", em que "o que de bom for conseguido nos retoques que terão de ser feitos contribuirá para o bom que pode acontecer para o povo português".

"Somos parte componente da CDU porque no essencial os nossos grandes objectivos políticos convergem com os do PCP. A actuação que o PCP vem tendo na discussão do OE2017 vem ao encontro dos nossos melhores anseios", declarou o membro da associação política fundada em 1987 por elementos originários Movimento Democrático Português/Comissão Democrática Eleitoral (MDP/CDE).
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