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Portugal tem 372 milhões para combate às alterações climáticas

O Governo propõe-se gastar 372 milhões, entre fundos comunitários e orçamento do Estado, para combater as alterações climáticas e prevenir as suas consequências. Entre as metas estão a prevenção de incêndios florestais, melhoria da qualidade do solo ou gestão da água.

Há quase 90 anos que Portugal não enfrentava uma seca tão severa. Várias regiões do país foram afectadas e o impacto não se limitou à agricultura e pecuária, chegando ao abastecimento de água às populações. A região de Viseu chegou a ser abastecida por camiões-cisterna.
02 de Agosto de 2019 às 10:59
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Até 2020 o governo propõe-se gastar 372 milhões de euros no combate às alterações climáticas, de acordo com o Programa de Ação para a Adaptação às Alterações Climáticas (P-3AC ) publicado esta sexta-feira em Diário da República. O documento, que vinha a ser preparado desde o ano passado – em Outubro de 2018 entrou em consulta pública – aponta para um horizonte de execução com objetivos de curto e médio prazo para 2020 e 2030 e pretende mobilizar vários instrumentos de financiamento, desde fundos comunitários ao Orçamento do Estado, nomeadamente através do Fundo Ambiental.

 

O Plano, lê-se no preâmbulo, "estabelece as linhas de ação e as medidas prioritárias de adaptação, identificando as entidades envolvidas, os indicadores de acompanhamento e as potenciais fontes de financiamento". O acompanhamento e monitorização ficará a cargo da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

 

As nove linhas de ação estabelecidas pelo Governo estão direcionadas para questões concretas, como sejam, o aumento da frequência e da intensidade de incêndios rurais; grandes ondas de calor e intensidade de períodos de seca e de escassez de água; aumento da suscetibilidade à desertificação; aumento da temperatura máxima e da frequência e intensidade de eventos de precipitação extrema; subida do nível das águas do mar, e aumento de frequência e da intensidade de fenómenos extremos que provocam galgamento e erosão costeiros.

 

O Sul da Europa e a Península Ibérica estão entre as regiões da Europa potencialmente mais afetadas pelas alterações climáticas e, de acordo com o recente relatório especial do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, os cenários climáticos mais gravosos para Portugal preveem que o aumento da temperatura pode chegar a +5ºC em 2100, particularmente durante o verão e no interior de Portugal.

 

Também os padrões de precipitação deverão registar alterações, com redução dos valores anuais em todo o território prevendo-se, para o final do século, perdas entre -10% e -50% na primavera, verão e outono. Em contrapartida, são esperados aumentos do número de eventos de precipitação extrema e há uma cada vez maior probabilidade de secas prolongadas.

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