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Grupo Portucel multiplica iniciativas no Ano Internacional das Florestas

Portucel-Soporcel celebra 2011 com código das boas práticas florestais

30 de Maio de 2011 às 11:35
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A Portucel-Soporcel vai dar relevo público ao seu Código de Boas Práticas Florestais, um documento que sistematiza as práticas silvícolas que o Grupo quer ver aplicadas nos espaços sob sua gestão. O código segue-se ao antigo Código de Conduta Florestal de 1995 e à declaração Ibisus, a declaração ibérica sobre os princípios da gestão florestal sustentável de 1997, que até à certificação da gestão florestal pelo sistema FSC (Forest Stewardship Council), em 2007, enquadraram as actividades florestais da Empresa.

A partir da certificação FSC e, posteriormente, da certificação PEFC (2009), o Grupo decidiu elaborar e divulgar, no final de 2010, um Código de Boas Práticas Florestais que, como refere no Preâmbulo o Presidente da Comissão Executiva: "fica a constituir para os colaboradores do grupo um documento de referência para a sua actuação em qualquer área geográfica (…), não se limitando assim ao território nacional".

O Código é também, um cartão de visita e um compromisso público e transparente,de princípios e orientações para uma gestão florestal responsável que o Grupo deseja associar às iniciativas portuguesas do Ano Internacional das Florestas 2011.

Ao nível das actividades desenvolvidas pelo Grupo neste Ano Internacional das Florestas merece destaque a iniciativa "Dá a Mão à Floresta", que teve lugar em várias localidades de Norte a Sul do País para sensibilizar as populações urbanas das áreas envolventes das fábricas para a importância de cuidar da floresta e preservar os recursos naturais. Foram oferecidas, de 21 a 23 de Março, mais de 2 500 plantas de espécies florestais e ornamentais provenientes dos viveiros do Grupo, desde eucaliptos, pinheiros, freixos, azinheiras e carvalhos a oliveiras ou alfazemas.

Em Setembro, o Grupo vai realizar a Conferência Internacional "As Plantações na Floresta de Amanhã", com a participação de oradores nacionais e internacionais, para debater a sustentabilidade do sector, a gestão eficaz dos recursos e o papel das plantações na sustentabilidade da floresta mundial.

Importa salientar que existem em Portugal cerca de 400 mil proprietários florestais que contribuem para a existência de três fileiras florestais - pinho, sobro e eucalipto - as quais, além de importantes para o equilíbrio ambiental, são a base de uma indústria de produtos florestais, que em 2010 foi responsável por cerca de 3,7 mil milhões de euros de exportações, representando 10,3% do total .

As florestas desempenham vários papéis, desde a produção de bens tangíveis, como a madeira, a fibra e a cortiça, até à disponibilização de bens intangíveis, como a purificação do ar, a regularização do regime hídrico, a defesa contra a erosão e a biodiversidade. Razão porque importa garantir a sua perenidade - condição básica - e o equilíbrio da fruição dos bens por ela disponibilizados.

85% da floresta é privada
No caso da floresta portuguesa, maioritariamente constituída por plantações de suporte a fileiras silvo-industriais - não susceptíveis de deslocalização e geradoras de elevadíssimo nível de emprego e de Valor Acrescentado Nacional - o potencial económico do sector é uma garantia adicional de que se pode proteger a durabilidade do recurso florestal aproveitando, de forma equilibrada, as matérias-primas geradas. Temos 39% do território Continental coberto com florestas, temos quase 2 milhões de hectares de terras incultas e subaproveitadas (onde a floresta é uma alternativa evidente), utilizamos matérias-primas nacionais (gerando assim um alto Valor Acrescentado Nacional), temos indústrias com elevado "know how" tecnológico, temos saber e recursos humanos qualificados, fabricamos produtos naturais, renováveis e recicláveis, somos excedentários em termos energéticos e pouco dependentes dos combustíveis fósseis (já que usamos a biomassa florestal como principal fonte de energia) e temos mercados para os nossos produtos.

Dir-se-ia que sendo já hoje um sector economicamente forte e muito próximo da desejada sustentabilidade, nada impede que as fileiras florestais possam vir a ser um contribuinte ainda mais importante para o tecido económico do país e para o seu desenvolvimento sustentável. Para ir mais longe, é preciso ter mais e melhor floresta, geradora de mais matérias-primas florestais. Os agentes económicos privados farão o resto.

Importa reter que 85% da floresta portuguesa é privada, 13% são baldios e apenas 2% são do Estado. Dos privados, mais de 85% têm uma área florestal média inferior a três hectares, quase sempre constituídos por muitas parcelas dispersas. Daqui se conclui que a larga maioria dos proprietários florestais não depende exclusivamente da floresta, nem faz dela um esteio da economia familiar.

Ora o que não tem valor ende a ser abandonado. Daí ser mais fácil compreender a existência do abandono económico da floresta do que propriamente apontar negligência, no sentido de abandono institucional premeditado.

Do ponto de vista do Grupo, não existe floresta ecologicamente sã se ela não for (antes) economicamente viável. É por isso que defende a necessidade de tomar medidas no sentido da melhoria da produtividade, designadamente através da reestruturação fundiária da floresta (por via fiscal ou por estímulos adequados e eficazes ao associativismo) para que ela possa ganhar escala e ser objecto de uma gestão profissional. Só assim se ultrapassarão os problemas do abandono e dos fogos, que lhe estão associados.

Um grupo pioneiro no ambiente
As boas práticas ambientais do Grupo e do sector da pasta e do papel têm uma tradição sólida em Portugal. Basta lembrar que o sector foi o primeiro a estabelecer com o Governo um acordo voluntário de boas práticas ambientais em 1987, bem antes e para além da legislação nacional aplicável.

Na floresta, o sector tem as suas raízes nas plantações de eucalipto, cuja instalação está fortemente regulamentada desde 1988 e obriga a estudos de impacte ambiental para florestações de maiores dimensões, bem antes da directiva comunitária ter sido transposta para o direito interno.

O Grupo foi a primeira entidade a ser certificada pelo ISO 9000 (qualidade) estando toda a organização certificada há anos pelas normas ISO 14 000 (ambiente). Na floresta, o Grupo está certificado pelos dois sistemas internacionalmente credíveis (FSC® - Forest Stewarship Council e PEFC - Programme for the Endorsement of Forest Certification schemes) e a certificação da cadeia de custódia permite aos produtores do Grupo o uso de logos como o FSC, PEFC e o EcoLabel.

Estas certificações representam uma garantia adicional de que as florestas são geridas de forma responsável do ponto de vista ambiental, social e económico, respeitando rigorosos critérios.

O Grupo tem aliás sido um impulsionador da expansão do processo de certificação florestal em Portugal através de protocolos de cooperação com as organizações de produtores florestais e de acções de sensibilização desenvolvidas com proprietários.

Foi pioneiro a nível mundial na atribuição de um prémio de natureza pecuniária na aquisição de madeira certificada tendo, por esse facto, Portugal sido alvo de referência no relatório "Forest Products 2007/2008" da FAO (Food and Agriculture Organization). É esta situação de pioneirismo e transparência em termos ambientais que tem permitido a abertura e consolidação dos mercados mundiais ambientalmente mais exigentes, designadamente dos países europeus desenvolvidos.

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