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Entidade Nacional para Mercado de Combustíveis nega "sondagem" para prospecção de petróleo no mar

A Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENMC) negou esta quarta-feira que tenham ocorrido "trabalhos de sondagem com vista à prospecção de petróleo" no mar ao largo de Aljezur, como foi divulgado por dois movimentos ambientalistas.

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DR
27 de Setembro de 2017 às 21:47
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Os movimentos Climáximo e Alentejo Litoral pelo Ambiente (ALA), que se opõem à exploração de petróleo e gás, divulgaram hoje um comunicado em que "exigem" do Governo um "esclarecimento" acerca de alegadas "sondagens" feitas este mês no mar entre Sines e Aljezur e sobre o estado dos contratos de prospecção de hidrocarbonetos.

 

Em reacção às afirmações dos ambientalistas, a ENMC divulgou um comunicado em que negou que tenham decorrido "trabalhos de sondagem com vista à prospecção de petróleo". "Tendo chegado ao conhecimento da ENMC, E.P.E., a deslocação de um alegado navio para as águas ao largo de Aljezur, com o objectivo de proceder a trabalhos de sondagem com vista à prospecção de petróleo, importa, desde já, esclarecer que tal notícia não corresponde à verdade", pode ler-se no comunicado remetido à agência Lusa.

 

No documento, a ENMC informou "que não existe, nem está autorizada a realização de quaisquer trabalhos de sondagens de pesquisa de petróleo na Bacia Alentejo 'offshore', envolvendo as concessões de Lavagante, Santola, e Gamba".

 

A ENMC esclareceu ainda que "o cronograma do plano de trabalhos anual 2017 para a Bacia Alentejo 'offshore', autorizado pela ENMC, previa a existência de uma sondagem no segundo trimestre do corrente ano, entre Março e Abril, com duração de cerca de 60 dias", mas que se trata de "uma etapa que a concessionária não cumpriu".

 

"Não tendo tais operações sido realizadas no prazo indicado, estão legalmente vedados todos e quaisquer trabalhos de sondagem, prospecção e pesquisa de petróleo, ficando tais trabalhos condicionados a novas autorizações, o que não aconteceu até ao momento", assegurou a ENMC.

 

Isso significa, especificou no comunicado, que "qualquer acto, ou tentativa, de levar a efeito uma sondagem nas águas nacionais com vista à prospecção de petróleo sem as devidas autorizações (...) é sempre reportado de um ato ilegal, com as devidas consequências e accionamento dos meios sancionatórios".

 

No documento remetido à agência Lusa, assinado pelo presidente do Conselho de Administração, Filipe Meirinho, é ainda lembrada a entrada em vigor da Lei nº 82/2017, de 18 de agosto, ao abrigo da qual, "qualquer plano de trabalhos relativos à e pesquisa de hidrocarbonetos obriga à consulta prévia aos municípios".

 

Os ambientalistas da Climáximo e do ALA afirmaram, num comunicado remetido hoje à agência Lusa, que, "nos dias 2 e 9 de Setembro, segundo os registos de tráfego marítimo internacional [http://www.marinetraffic.com], o navio italiano 'Vos Purpose' esteve a realizar sondagens a partir do Porto de Sines, tendo-se dirigido à zona onde seria realizado o furo de Aljezur".

 

Para João Camargo, da Climáximo, a situação suscita "muitas dúvidas" sobre "o objectivo das sondagens" e sobre "quais as empresas que estão a fazê-lo", uma vez que "o navio não está identificado como estando associado à Eni ou à Galp".

 

"Fomos consultar o registo de tráfego marítimo internacional que está disponível online e é público, e encontrámos a embarcação que estava registada como estando a fazer sondagem 'offshore' saindo de Sines na direcção de Aljezur", disse o ambientalista, que admitiu que as sondagens "até poderiam ser para outra actividade qualquer".

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