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Clima: Ministros do G20 acordam na transição mas mantêm discórdias essenciais

O ministro italiano da Transição Ecológica destacou que houve divergências em assuntos sobre a aceleração da descarbonização, a eliminação dos subsídios aos combustíveis fósseis e sobre a limitação do aquecimento global.

24 de Julho de 2021 às 01:27
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Os ministros do Ambiente e Energia do G20 concordaram esta sexta-feira em acelerar a transição ecológica, mas divergiram sobre a descarbonização, eliminação dos subsídios aos combustíveis fósseis e contenção do aquecimento global a 1,5 graus centígrados.

Os ministros das 20 principais economias tiveram uma reunião difícil, que obrigou o ministro italiano da Transição Ecológica, Roberto Cingolani, a atrasar a sua comparência na conferência de imprensa final, dadas as tensões entre os participantes.

Quando apareceu, o ministro anfitrião explicou que esta foi "uma reunião muito complexa", em que se acabou por se chegar a acordo sobre 58 pontos, dos 60 previstos, com dois a terem de ser retirados da declaração final.

Esta retirada ficou a dever-se à recusa da China, Federação Russa, Índia e Arábia Saudita em aceitarem comprometer-se de forma vinculativa com a contenção do aumento da temperatura média global a 1,5 graus centígrados em relação ao período pré-industrial.

"Dos 60 artigos, retiraram-se dois, porque não se conseguiu chegar a acordo", adiantou.

O ministro italiano destacou que houve divergências em assuntos sobre a aceleração da descarbonização, a eliminação dos subsídios aos combustíveis fósseis e sobre a limitação do aquecimento global.

"Houve uma negociação grande com a China, a Rússia, a Índia... Tivemos de suspender a reuniões várias vezes e falar com cada uma das delegações", sublinhou, ao mesmo tempo que destacou a intermediação crucial do enviado especial dos EUA para as alterações climáticas, John Kerry.

"Ninguém pôs em causa o Acordo de Paris", apontou, assinalando que as diferenças estiveram nos graus centígrados, porque "alguns países não acreditam que consigam" comprometer-se com a redução das emissões para conter o aumento em 1,5 graus, por terem modelos económicos "fortemente baseados no carvão".

Tão pouco se chegou a acordo sobre a adesão destes Estados ao objetivo ambicioso da União Europeia, que quer reduzir as suas emissões até 2030 em 55%, por referência aos anos 1990.

Só se chegou a acordo em pontos como fomentar as finanças ditas verdes, apostar numa economia mais inclusiva e sustentável e apostar nas energias renováveis.
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