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BE acusa Iberdrola de fechar fronteira entre Portugal e Espanha em Cedillo

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) deslocou-se a Lentiscais, em Castelo Branco, para ouvir as preocupações da população local, após a calamidade que assolou o rio Pônsul, um dos afluentes do Tejo, que esteve praticamente seco.

Lusa
01 de Dezembro de 2019 às 13:39
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A coordenadora do BE acusou hoje a elétrica espanhola Iberdrola, responsável pela gestão da barragem de Cedillo, de cortar a fronteira entre Portugal e Espanha, e promete levar o assunto ao Parlamento Europeu e ao Parlamento português.

"Há um problema com a barragem da Iberdrola [Cedillo] que fecha a fronteira entre Portugal e Espanha, com prejuízos muito graves para a população fronteiriça, e essa é uma questão que vamos abordar, tanto na Assembleia da República como no Parlamento Europeu", afirmou Catarina Martins.

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) deslocou-se a Lentiscais, em Castelo Branco, para ouvir as preocupações da população local, após a calamidade que assolou o rio Pônsul, um dos afluentes do Tejo, que esteve praticamente seco.

Catarina Martins sublinhou que Portugal e Espanha são dois países da União Europeia e que pertencem ao Espaço Shengen, uma convenção entre países europeus sobre uma politica de fronteiras e livre circulação de pessoas entre os países signatários.

"Aqui [barragem de Cedillo] há uma fronteira, porque uma empresa a fechou. Com que direito a Iberdrola pode fechar a circulação [entre os dois países ibéricos]", questionou.

Apelidou ainda a atitude da elétrica espanhola de "abusiva" ao cortar a ligação de um e do outro lado.

A barragem de Cedillo, marca a entrada do rio Tejo em território nacional, onde a margem norte é portuguesa e a margem sul é espanhola e define a fronteira entre os dois países ibéricos.

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, defendeu hoje que a Convenção de Albufeira deve garantir caudais diários, recomendação aprovada desde maio pelo Parlamento, mas sem quaisquer passos dados para o concretizar.

"O rio Pônsul esteve sem água por causa da gestão das barragens do lado espanhol, ficou um rio sem água o que significa prejuízos imensos, ecológicos a fauna e flora e também os prejuízos económicos, da pesca e turismo", afirmou a coordenadora do BE.

Catarina Martins falava aos jornalistas na localidade de Lentiscais, em Castelo Branco, onde se deslocou para ouvir as preocupações da população local sobre a seca que afetou o rio Pônsul, um dos afluentes do Tejo.

Adiantou ainda que se trata de uma região inserida em pleno Parque Natural do Tejo Internacional (PNTI), onde as questões ecológicas são particularmente importantes.

"Primeiro é preciso garantir caudais diários de Espanha para Portugal. A Convenção de Albufeira deve ter caudais diários. É algo que já foi aprovado [recomendação ao Governo] pelo Parlamento, em maio de 2019, mas ainda não houve nenhum passo para concretizar estes caudais diários", sustentou.

A coordenadora do BE recorda que a região foi particularmente afetada do ponto de vista económico e adianta que é necessário garantir que a atividade económica "não morra".

"Nós não só vamos querer ouvir o ministro do Ambiente sobre a Convenção de Albufeira e sobre os passos que estão a ser dados que isto[seca do rio Pônsul] não volte a acontecer como queremos que o Governo em conjunto com as autarquias faça um levantamento dos prejuízos económicos", concluiu.
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