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Avatar na Amazónia

James Cameron, o reconhecido realizador de êxitos como o recente Avatar ou o clássico Titanic, pronunciou-se a respeito do que considera ser uma batalha à dimensão do Avatar, mas na vida real. Um juiz federal do Estado brasileiro do Pará ordenou, a 7 de Abril, o...

23 de Abril de 2010 às 11:38
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O realizador James Cameron é um dos activistas contra a construção de uma barragem na Amazónia

James Cameron, o reconhecido realizador de êxitos como o recente Avatar ou o clássico Titanic, pronunciou-se a respeito do que considera ser uma batalha à dimensão do Avatar, mas na vida real. Um juiz federal do Estado brasileiro do Pará ordenou, a 7 de Abril, o adiamento do concurso do projecto de construção daquela que será a terceira maior barragem hidroeléctrica do mundo.

O juiz justifica a sua actuação com base nas alegações de que as tribos de índios Amazonas, que residem na região afectada pela barragem, não terão sido consultadas acerca do projecto, decisão aplaudida pelo cineasta. Para além de ter sido ignorada a palavra dos habitantes indígenas, não foram tomadas suficientes medidas para assegurar a protecção ambiental, uma falha que motivou a rápida reacção do magistrado.

A história da barragem de Belo Monte tem um certo paralelismo com a saga do filme Avatar.
Cameron deslocou-se até à pequena cidade amazónica de Altamira, onde prestou apoio aos opositores do projecto. "É uma pequena vitória para nós, mas não espero que a batalha tenha acabado", disse Cameron em declarações para a Associated Press. No entanto, o realizador de Avatar encontra forte resistência governamental à sua causa, tendo o próprio presidente Lula da Silva manifestado publicamente o seu apoio à construção da barragem de Belo Monte, considerando-a imprescindível para fazer face às crescentes necessidades energéticas do povo brasileiro.

Cameron dedicou parte da sua visita a conhecer as aldeias indígenas da região, cujos habitantes afirma estarem maioritariamente contra a construção da barragem. Um paralelismo irónico com a história do seu mais recente êxito de bilheteira, Avatar, que retrata uma raça alienígena em comunhão com a natureza e que se vê forçada a lutar para proteger a sua terra, cobiçada pelos seus recursos naturais.

Comparações à parte, o impacto ambiental da construção de barragens é sempre altamente transformador, exigindo extensos planos de protecção da fauna e da flora afectadas, assim como o apoio das populações que vivem na região. Na área que será alagada pela barragem amazónica residem cerca de 40 mil pessoas, que argumentam ainda que a energia gerada irá alimentar as operações mineiras - cujo produto é geralmente exportado para o estrangeiro - e não reverterá para o benefício dos cidadãos.





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