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Resultados “mistos” nas reformas estruturais
FMI e Comissão elogiam reformas mas dizem que resultados na economia ainda não são evidentes.
No seu relatório da décima avaliação ao programa de ajustamento português a Comissão Europeia optou por não evidenciar tanto como o FMI no dia anterior os riscos que Portugal enfrenta. No entanto, as duas instituições partilham a avaliação sobre o impacto das reformas estruturais implementadas até agora: resultados "mistos", escrevem.
“O Governo já adoptou um leque de reformas estruturais desafiante mas, nesta fase, a evidências disponível do seu impacto no funcionamento da económica é misto”, lê-se no relatório da Comissão Europeia. A Comissão considera por isso que é “crucial” garantir a “implementação efectiva” das reformas e uma “avaliação contínua”dos resultados.
Em particular, a Comissão refere a importância de melhorar o enquadramento que garanta a implementação da reformas, destacando que devem ser reforçadas as “autoridades regulatórias independentes e com recursos financeiros adequados”. No relatório, tal como no caso do FMI, são identificados problemas em várias áreas dos sectores não transaccionáveis, com destaque para a energia e os portos.
Os técnicos de Bruxelas dizem que “a somar à continua disciplina orçamental, as reformas estruturais devem ser a peça central de uma estratégia de crescimento sustentável no médio prazo”, o que por sua vez é especialmente importante no contexto do elevado endividamento público e privado registado pela economia portuguesa.
Ontem o FMI, no seu relatório da décima avaliação, escrevia que os resultados no mercado de trabalho são mistos, e evidenciava que tanto no sector da energia como no dos portos, os utilizadores finais continuavam a ser prejudicados por preços elevados, mesmo com a economia a sofrer.