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FT: Portugal opta por saída limpa

Fontes envolvidas nas negociações revelaram ao Financial Times que Portugal optou por uma saída limpa do programa de resgate.

Miguel Baltazar/Negócios
Negócios 30 de Abril de 2014 às 18:39
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Portugal vai sair do programa de ajustamento delineado há 3 anos com a troika sem pedir cautelar, “naquela que é uma reviravolta extraordinária para um país que ainda há seis meses parecia destinado a pedir um novo resgate”, diz o “Financial Times” na sua edição online.

 

O jornal britânico afiança, citando fontes próximas do processo, que Portugal optará por uma saída limpa do programa da troika de credores internacionais – Comissão Europeia, BCE e FMI – definido como contrapartida para o resgate no valor de 78 mil milhões de euros, tornando-se o segundo país da Zona Euro a fazê-lo, tomando assim a mesma decisão que a Irlanda.

 

Recorde-se que o anúncio formal da decisão do Governo sobre a forma como Portugal escolherá sair terá de ser feito até domingo, já que será um dos temas em cima da mesa na reunião do Eurogrupo, que se realiza na próxima segunda-feira, 5 de Maio - a cerca de duas semanas do fim do programa, a 17 de Maio.

 

A decisão será então revelada até 4 de Maio pelo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, numa comunicação ao país, e será levada por Maria Luís Albuquerque a Bruxelas, onde será confirmada pelos ministros das Finanças da Zona Euro.

 

O “Financial Times” diz ainda que esse anúncio formal poderá ocorrer já na sexta-feira.

 

“O melhor é o facto de podermos ter opção [entre uma linha de crédito ou a saída limpa]. Há oito meses, um ano, nem toda a gente achava isso possível”, sublinhou ao jornal um responsável governamental português. Uma saída limpa significa que Portugal sairá do seu programa de ajustamento “sem dever nada a ninguém”, acrescentou a mesma fonte, referindo que um cautelar soaria como “uma apólice de seguro que ninguém quereria accionar”.

 

“A troika instou Lisboa a ponderar uma linha de crédito como rede de segurança de emergência, especialmente tendo em conta a dimensão dos reembolsos da dívida previstos para os próximos dois anos. No entanto, o êxito de Portugal em financiar-se nos mercados privados convenceu o Governo de que essa ajuda não é necessária”, refere o “FT”. “Claramente, a evolução do mercado e a sua consequente euforia influenciou [esta decisão]”, comentou ao jornal britânico uma fonte envolvida nas negociações.

 

O “FT” relembra que, “ao não requerer uma linha de crédito da Zona Euro, Lisboa não será elegível para o programa de compra de dívida do BCE, conhecido como transacções monetárias definitivas”.

 

Segundo fontes da troika, o governo alemão tem instado Lisboa a sair sem uma linha de crédito cautelar, uma vez que Berlim está desejosa de evitar mais debates no Bundestag relacionados com ajudas financeiras na Zona Euro. Contudo, um responsável afirmou que as relações entre Passos Coelho e a chanceler alemã, Angela Merkel, são muito estreitas, pelo que Berlim concordaria com uma assistência financeira se Lisboa assim o decidisse.

 

(Notícia actualizada às 19h25) 

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