Notícia
Wellington: A pequena capital mais “cool” do mundo
A capital da Nova Zelândia é uma espécie de aldeia grande. Localizada no extremo Sul da Ilha do Norte, Wellington é a "pequena capital mais 'cool' do mundo" , E a cidade sai a ganhar quando chegamos de "ferry".
01 de Janeiro de 2017 às 15:00
Há diversas formas de chegar à capital da Nova Zelândia. Localizada no extremo Sul da Ilha do Norte, a cidade sai mais a ganhar quando chegamos de "ferry", depois de uma travessia no estreito de Cook, que une as duas metades do país. A parte final do percurso é sinuosa, contornando montanhas numa zona de vales que foi inundada e que deu origem aos incríveis Marlborough Sounds.
Aos poucos avista-se Wellington, que já antes nos havia sido descrita como "uma decepção": "Vocês, na Europa, estão habituados a grandes capitais, com prédios altos e milhões de pessoas. A nossa capital é uma aldeia grande", dizia-nos o proprietário de um pequeno restaurante na localidade costeira de Kaikoura. E, de facto, não é muito diferente: a sua área metropolitana tem cerca de oito mil quilómetros quadrados (quase o triplo de Lisboa), mas a população não ultrapassa meio milhão de habitantes (a capital portuguesa tem quase três milhões). Será uma aldeia grande, portanto. Vista assim, do mar, parece uma localidade de média dimensão, uma qualquer cidade portuária.
Cerca de um terço da população vive na cidade de Wellington. Não são, sequer, 200 mil pessoas. Diz-se que a Nova Zelândia não gosta de cidades, porque os seus habitantes preferem o ar livre, todas as actividades que envolvam a natureza. O seu centro é muito compacto, girando à volta da Lambton Quay, uma simpática rua comercial e de serviços, onde se encontram, igualmente, a maior parte dos principais hotéis e restaurantes da capital.
É dali também que parte o famoso Cable Car de Wellington. Está em constante funcionamento desde 1902 e é a principal atracção da cidade. Construído para ligar o centro de Wellington à zona residencial de Kelburn, no cimo de um monte, serve hoje como atracção turística, transportando quase um milhão de pessoas por ano ao longo de um percurso de 628 metros, que se faz em apenas cinco minutos. Do topo, a vista é fantástica, sendo possível observar os principais pontos da capital neozelandesa. Normalmente, os turistas optam por fazer apenas o percurso ascendente, preferindo descer pelo seu próprio pé, uma vez que, na encosta do monte, está situado o jardim botânico, uma outra atracção da cidade, onde podem encontrar-se plantas, árvores e flores de todo o mundo. Além disso, serve para respirar fundo e apreciar tanta beleza, o que para os habitantes locais é muito indicado, por preferirem este tipo de ambientes.
Sempre o mar
A Nova Zelândia é um país com uma íntima relação com o mar. Tratando-se de duas ilhas, não tem contacto com qualquer outro país, a não ser por transporte fluvial ou aéreo. E, por isso, o país desenvolveu-se pela agricultura e pelas actividades marítimas, com destaque natural para a pesca. Mas os seus habitantes são conhecidos velejadores: a equipa de vela, o Team New Zealand, é das mais famosas do mundo, conquistando muitos prémios em competições internacionais. Tudo porque a cidade de Wellington, em especial, é muito ventosa. Os seus habitantes até brincam, dizendo que é a única coisa que nunca lhe falta. "Podemos não ter sol, podemos não ter chuva, podemos não ter frio. Mas o vento está cá sempre", dizem entre sorrisos. Um fado ao qual já se habituaram e do qual já parecem não querer dissociar-se.
Mas Wellington é igualmente a auto-proclamada "pequena capital mais 'cool' do mundo", uma espécie de "slogan" que se tornou famoso com o passar dos anos e que pode até ler-se no exterior do edifício da Bolsa local, que passa orgulhosamente esta frase por entre as cotações das empresas do país. É uma forma de atrair turistas mas, igualmente, uma espécie de afirmação de uma cidade que tem frio a maior parte do ano, além do vento, claro. São pessoas que brincam com a dimensão da sua cidade, porque não conseguirá nunca rivalizar com Auckland, que tem um milhão e meio de habitantes e é a principal cidade do país, no extremo Norte da mesma ilha.
Um passeio pela cidade leva-nos a conhecer, por exemplo, o Parlamento da Nova Zelândia, que pode ser visitado diariamente de forma gratuita e com um guia a explicar todo o sistema político do país, idêntico ao inglês. Aliás, a Nova Zelândia partilha com Inglaterra a soberania da rainha Isabel II, apesar dos milhares e milhares de quilómetros que geograficamente separam os dois países. Há um outro edifício, igualmente famoso, que se torna imperdível, sendo de visita obrigatória: o Museu Te Papa é uma das grandes atracções do país e conta a história da Nova Zelândia, com as suas personalidades famosas, os seus feitos e a enorme influência do povo maori na cultura actual. Os maoris são o povo nativo do país, que ali permaneceu desde sempre, acabando por se misturar com os ocupantes ingleses, que começaram a chegar no século XVII; há uma enorme preocupação no país em preservar a cultura maori, como forma de mostrar que a Nova Zelândia respeita o seu passado e os seus povos ancestrais. Toda esta interacção e toda esta vivência estão cuidadosamente relatados no Te Papa Tongarewa, o museu nacional cujo nome pode traduzir-se para "o lugar dos tesouros desta terra". Funciona desde 1998 na frente marítima de Wellington, num edifício moderno e muito facilmente reconhecível.
Esta altura do ano é a melhor para visitar a Nova Zelândia. Em Dezembro, Janeiro e Fevereiro, a temperatura máxima chega aos 20 graus e a mínima não desce dos 15. É o melhor que se consegue arranjar num país tão próximo do Pólo Sul. No Verão europeu (Junho e Julho), as temperaturas em Wellingon baixam aos 10 graus, mas chove com intensidade, sendo por isso menos simpático para visitar.
Como chegar
Não é muito fácil viajar até à capital da Nova Zelândia. Uma viagem pode demorar cerca de 24 horas, no mínimo com duas escalas. É por isso recomendável que uma visita àquela zona do mundo seja o mais demorada possível. Entre as companhias que voam para ali, destaca-se a australiana Qantas, que tem um voo de Londres para Wellington, com escala em Sydney; ou a Emirates, que voa desde Lisboa, com escalas em Dubai e Auckland ou Melbourne. Com uma boa promoção, os preços podem rondar os 1.100 euros, embora o mais comum seja pagar cerca de 1.300 euros. À chegada ao aeroporto, a forma mais comum de chegar ao centro é de autocarro, o Flyer Bus, que custa 9 dólares (cerca de 6 euros); uma viagem de táxi custa cerca de 30 dólares (aproximadamente 20 euros). Se vier de Norte, por exemplo de Wellington, de carro ou autocarro, é muito fácil chegar ao centro, por se tratar de uma cidade muito pequena. Da ilha do Sul, o "ferry" chega mesmo junto ao centro da cidade.
Moeda
A moeda da Nova Zelândia é o dólar neozelandês. Um euro vale aproximadamente 1,5 dólares, sendo possível trocar dinheiro um pouco por toda a parte, em especial nos bancos do centro da cidade ou do aeroporto, ou em casas de câmbio. O multibanco, cuja rede é bastante extensa, é ainda assim a forma mais fácil de ter acesso a dólares, embora a transacção seja naturalmente sujeita ao pagamento de taxas internacionais.
Onde ficar
Tratando-se de uma cidade de reduzida dimensão, a Lambton Quay é a principal rua comercial, desenvolvendo-se toda a cidade à sua volta. Há inúmeros hotéis nesta zona, com preços a partir dos 70 euros para um quarto com cama de casal. De resto, é muito fácil percorrer Wellington a pé, já que todas as atracções estão localizadas mesmo no centro.
Onde comer
Na zona junto ao mar, apareceram uma série de novos restaurantes, fruto do aproveitamento de antigos armazéns de mercadorias do porto. É possível encontrar comida local, mas também cozinha internacional, com especial incidência na asiática, dada a influência do Japão, China ou Tailândia. Vale a pena também experimentar as cervejas artesanais do país; a Nova Zelândia tem vindo a especializar-se nessa área, ganhando até alguns prémios.
Aos poucos avista-se Wellington, que já antes nos havia sido descrita como "uma decepção": "Vocês, na Europa, estão habituados a grandes capitais, com prédios altos e milhões de pessoas. A nossa capital é uma aldeia grande", dizia-nos o proprietário de um pequeno restaurante na localidade costeira de Kaikoura. E, de facto, não é muito diferente: a sua área metropolitana tem cerca de oito mil quilómetros quadrados (quase o triplo de Lisboa), mas a população não ultrapassa meio milhão de habitantes (a capital portuguesa tem quase três milhões). Será uma aldeia grande, portanto. Vista assim, do mar, parece uma localidade de média dimensão, uma qualquer cidade portuária.
É dali também que parte o famoso Cable Car de Wellington. Está em constante funcionamento desde 1902 e é a principal atracção da cidade. Construído para ligar o centro de Wellington à zona residencial de Kelburn, no cimo de um monte, serve hoje como atracção turística, transportando quase um milhão de pessoas por ano ao longo de um percurso de 628 metros, que se faz em apenas cinco minutos. Do topo, a vista é fantástica, sendo possível observar os principais pontos da capital neozelandesa. Normalmente, os turistas optam por fazer apenas o percurso ascendente, preferindo descer pelo seu próprio pé, uma vez que, na encosta do monte, está situado o jardim botânico, uma outra atracção da cidade, onde podem encontrar-se plantas, árvores e flores de todo o mundo. Além disso, serve para respirar fundo e apreciar tanta beleza, o que para os habitantes locais é muito indicado, por preferirem este tipo de ambientes.
Sempre o mar
A Nova Zelândia é um país com uma íntima relação com o mar. Tratando-se de duas ilhas, não tem contacto com qualquer outro país, a não ser por transporte fluvial ou aéreo. E, por isso, o país desenvolveu-se pela agricultura e pelas actividades marítimas, com destaque natural para a pesca. Mas os seus habitantes são conhecidos velejadores: a equipa de vela, o Team New Zealand, é das mais famosas do mundo, conquistando muitos prémios em competições internacionais. Tudo porque a cidade de Wellington, em especial, é muito ventosa. Os seus habitantes até brincam, dizendo que é a única coisa que nunca lhe falta. "Podemos não ter sol, podemos não ter chuva, podemos não ter frio. Mas o vento está cá sempre", dizem entre sorrisos. Um fado ao qual já se habituaram e do qual já parecem não querer dissociar-se.
Mas Wellington é igualmente a auto-proclamada "pequena capital mais 'cool' do mundo", uma espécie de "slogan" que se tornou famoso com o passar dos anos e que pode até ler-se no exterior do edifício da Bolsa local, que passa orgulhosamente esta frase por entre as cotações das empresas do país. É uma forma de atrair turistas mas, igualmente, uma espécie de afirmação de uma cidade que tem frio a maior parte do ano, além do vento, claro. São pessoas que brincam com a dimensão da sua cidade, porque não conseguirá nunca rivalizar com Auckland, que tem um milhão e meio de habitantes e é a principal cidade do país, no extremo Norte da mesma ilha.
Um passeio pela cidade leva-nos a conhecer, por exemplo, o Parlamento da Nova Zelândia, que pode ser visitado diariamente de forma gratuita e com um guia a explicar todo o sistema político do país, idêntico ao inglês. Aliás, a Nova Zelândia partilha com Inglaterra a soberania da rainha Isabel II, apesar dos milhares e milhares de quilómetros que geograficamente separam os dois países. Há um outro edifício, igualmente famoso, que se torna imperdível, sendo de visita obrigatória: o Museu Te Papa é uma das grandes atracções do país e conta a história da Nova Zelândia, com as suas personalidades famosas, os seus feitos e a enorme influência do povo maori na cultura actual. Os maoris são o povo nativo do país, que ali permaneceu desde sempre, acabando por se misturar com os ocupantes ingleses, que começaram a chegar no século XVII; há uma enorme preocupação no país em preservar a cultura maori, como forma de mostrar que a Nova Zelândia respeita o seu passado e os seus povos ancestrais. Toda esta interacção e toda esta vivência estão cuidadosamente relatados no Te Papa Tongarewa, o museu nacional cujo nome pode traduzir-se para "o lugar dos tesouros desta terra". Funciona desde 1998 na frente marítima de Wellington, num edifício moderno e muito facilmente reconhecível.
Esta altura do ano é a melhor para visitar a Nova Zelândia. Em Dezembro, Janeiro e Fevereiro, a temperatura máxima chega aos 20 graus e a mínima não desce dos 15. É o melhor que se consegue arranjar num país tão próximo do Pólo Sul. No Verão europeu (Junho e Julho), as temperaturas em Wellingon baixam aos 10 graus, mas chove com intensidade, sendo por isso menos simpático para visitar.
Como chegar
Não é muito fácil viajar até à capital da Nova Zelândia. Uma viagem pode demorar cerca de 24 horas, no mínimo com duas escalas. É por isso recomendável que uma visita àquela zona do mundo seja o mais demorada possível. Entre as companhias que voam para ali, destaca-se a australiana Qantas, que tem um voo de Londres para Wellington, com escala em Sydney; ou a Emirates, que voa desde Lisboa, com escalas em Dubai e Auckland ou Melbourne. Com uma boa promoção, os preços podem rondar os 1.100 euros, embora o mais comum seja pagar cerca de 1.300 euros. À chegada ao aeroporto, a forma mais comum de chegar ao centro é de autocarro, o Flyer Bus, que custa 9 dólares (cerca de 6 euros); uma viagem de táxi custa cerca de 30 dólares (aproximadamente 20 euros). Se vier de Norte, por exemplo de Wellington, de carro ou autocarro, é muito fácil chegar ao centro, por se tratar de uma cidade muito pequena. Da ilha do Sul, o "ferry" chega mesmo junto ao centro da cidade.
Moeda
A moeda da Nova Zelândia é o dólar neozelandês. Um euro vale aproximadamente 1,5 dólares, sendo possível trocar dinheiro um pouco por toda a parte, em especial nos bancos do centro da cidade ou do aeroporto, ou em casas de câmbio. O multibanco, cuja rede é bastante extensa, é ainda assim a forma mais fácil de ter acesso a dólares, embora a transacção seja naturalmente sujeita ao pagamento de taxas internacionais.
Onde ficar
Tratando-se de uma cidade de reduzida dimensão, a Lambton Quay é a principal rua comercial, desenvolvendo-se toda a cidade à sua volta. Há inúmeros hotéis nesta zona, com preços a partir dos 70 euros para um quarto com cama de casal. De resto, é muito fácil percorrer Wellington a pé, já que todas as atracções estão localizadas mesmo no centro.
Onde comer
Na zona junto ao mar, apareceram uma série de novos restaurantes, fruto do aproveitamento de antigos armazéns de mercadorias do porto. É possível encontrar comida local, mas também cozinha internacional, com especial incidência na asiática, dada a influência do Japão, China ou Tailândia. Vale a pena também experimentar as cervejas artesanais do país; a Nova Zelândia tem vindo a especializar-se nessa área, ganhando até alguns prémios.