Notícia
Seul: Um choque cultural muito desafiante e também fascinante
A meio caminho entre a confusão da China e a tranquilidade do Japão, a Coreia do Sul tem na sua capital uma cidade vibrante, recheada de motivos de interesse e com uma aposta cada vez maior
Independentemente de onde venhamos, assim que alguém entra na Coreia do Sul depara-se com um choque cultural gigante. É tudo muito diferente daquilo a que estamos habituados na Europa, por todas as diferenças culturais, mas também pela arquitectura, pela forma de pensar das pessoas, ou mesmo pela forma como o país funciona.
Se a viagem for desde Pequim ou Tóquio, as outras duas grandes capitais da região, a diferença é maior do que seria de imaginar. A capital da China é demasiado confusa e a do Japão demasiado tranquila, apesar do trânsito intenso e do excesso de pessoas. Seul está, por isso, a meio do caminho: soube preservar a sua cultura milenar, expressa nos monumentos e edifícios religiosos que se encontroam um pouco por toda a (gigante) cidade. Sabem receber os turistas, com os funcionários dos hotéis e dos restaurantes bastante fluentes em inglês, ao contrário de quem encontramos nas ruas, na sua maior parte incapaz de dar qualquer informação, ainda que fazendo um enorme esforço por nos ajudarem, ao mesmo tempo que procuram saber mais sobre a cultura ocidental.
Apesar dos nomes tão estranhos e escritos em caracteres únicos no mundo, não é difícil um turista orientar-se em Seul. Os serviços de turismo do país funcionam muito bem, e mesmo no hotel há toda uma predisposição para ajudar o estrangeiro. A cidade, que tem uma área metropolitana que quase chega aos 30 milhões de habitantes, está dividida em vários distritos, uns mais interessantes para os turistas, outros mais residenciais ou industriais. A zona mais incontornável é a de Jongno, a mais histórica, onde se encontram os edifícios do governo, mas também boa parte dos monumentos e edifícios mais emblemáticos; é aqui que encontramos quatro dos cinco palácios da dinastia Joseon, como o de Gyengbokgung (o principal), Changdeokgung e Changyeonggung (juntos um ao outro) e a igreja Jongmyo.
Perto de Bukchon, uma área residencial tranquila com habitações típicas coreanas, passa um canal que atrai milhares de habitantes todos os dias: Chongyecheon tem nada menos que 11 quilómetros de área verde, utilizados para passear ao final da tarde, simplesmente sentar ou tirar algumas fotografias para publicar nas redes sociais.
A área de Jung é igualmente histórica e interessante, embora com influência mais europeia; é aqui que se encontra a zona mais comercial da cidade, como Dongdaemun, Myeongdong e Namdaemun. Os nomes podem parecer complicados, porque o são realmente, mas basta seguir as placas ou as indicações que quem conhece. E depois há Jogyesa, um templo modesto bem no centro da cidade, mas que é famoso por ser constantemente embelezado com flores, tanto o próprio templo, como alguns animais ou bonecos que se encontram no jardim. Imperdível é também o render da guarda no palácio de Deoksugung, que atrai diariamente centenas de turistas.
Como chegar
Incheon é o maior aeroporto do país, embora não receba voos directos desde Portugal, custando cerca de 800 euros com escala em Paris ou Amesterdão (são as rotas com preço mais convidativo). Daí para o centro há um comboio expresso que demora 45 minutos e custa cerca de 6 euros, ou um outro mais lento (53 minutos), por metade do preço.
Onde ficar
Jongno e Hongdae têm alojamento mais barato, podendo encontrar-se camas em quarto partilhado por cerca de 15 euros. Quem prefere um hotel, encontra facilmente na zona mais central da cidade, com preços a partir de 60 euros, dependendo do nível de conforto oferecido.
Indicações úteis
Seul é uma cidade segura e com um excelente serviço de transportes e de saúde. Aos turistas, além de comida diferente da europeia, oferece marcas asiáticas, bem como tecnologia (a Samsung é coreana, por exemplo). Para os cidadãos portugueses não é exigido visto, sendo colocado um carimbo no passaporte que é válido por 60 dias.