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João Pedro Vaz: Em Portugal, há excesso de unipessoalidade nos projectos

Desmonta a sua vida em capítulos. Como se a sua vida fosse uma espécie de romance de formação. Poderia ser mais ou menos assim: Capítulo 1: o miúdo criado no Douro conhece um velhote que constrói um violino. O velhote não sabe ler e monta uma escala musical a partir de quadrados e bolas. O miúdo conhece ranchos folclóricos e tunas. Capítulo 2: o rapaz quer ser escritor e segue Engenharia Química. Capítulo 3: o jovem adulto protagoniza a peça "Peer Gynt", no Teatro Aberto. Capítulo 4: João Pedro Vaz tem quase 40 anos e decide assumir-se como actor. Ele é o director artístico da associação Comédias do Minho, projecto cultural e pedagógico que anda a celebrar os seus dez anos. "Isto é uma utopia, não é? Temos privados, políticos e artistas a trabalharem, juntos, num projecto de emancipação política e social". Um projecto do Vale do Minho que envolve cinco municípios - Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Valença e Vila Nova de Cerveira -, associações, artistas, amadores e profissionais, muita gente. Uma comunidade em busca de uma nova centralidade.

15 de Agosto de 2014 às 10:02
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Por vezes, perguntam-me quando é que decidi ser actor e eu respondo que ainda não decidi. Agora, como vou fazer 40 anos, acho que a decisão está tomada. As coisas foram acontecendo. Em miúdo, em vez de bombeiro ou futebolista, eu queria ser escritor, era a minha cena. A minha ideia era arranjar um emprego e, depois, nos tempos livres, iria escrever. Nada disso resultou, não escrevi nada. Estudei Engenharia Química. E eu nunca disse aos meus pais,

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