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Gdansk: Uma viagem ao princípio do fim do Bloco de Leste

Esta cidade do norte da Polónia foi muito pretendida pela Alemanha nazi, e até foi nos seus limites que começou a invasão do país. Anos mais tarde, viria a estar na origem do Solidariedade, o movimento que acabou por dar origem ao fim da Europa comunista.

23 de Abril de 2017 às 09:00
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Desde o longínquo ano 980 que Gdansk é uma cidade disputada. Pertenceu primeiro à Polónia, depois à Prússia como Danzig e, em seguida, também à Alemanha, com intervalos em que ficou conhecida como "cidade livre". Centenas de anos mais tarde, a sua localização privilegiada junto ao mar Báltico motivou a cobiça da Alemanha nazi, e até foi nos seus subúrbios que teve lugar a invasão da Polónia, originando o início da II Guerra Mundial.

Acabando por se manter na Polónia, viria a ter um papel fundamental na História da Europa. Nos anos 80, nasceu ali o movimento Solidariedade, liderado pelo sindicalista Lech Walesa, que viria a motivar uma mudança do regime político do país e, por consequência, contribuiu para o fim do Bloco do Leste e da Europa comunista.


Pela sua História e pela forma como a sua arquitectura evoluiu ao longo dos séculos, apesar da destruição na II Guerra Mundial, Gdansk é uma cidade de visita obrigatória. O centro histórico tem edifícios que não sobreviveram a todas as guerras desde a Liga Hanseática, uma aliança de cidades mercantis (entre os séculos XIII e XVII), mas foram exemplarmente recuperados. A sua rua principal e mais emblemática é a Ulica Dluga (literalmente Rua Longa), que recebe grande parte do comércio e milhares e milhares de turistas que a percorrem durante o Verão, pelos inúmeros motivos que têm para tirar fotografias. A zona central da cidade, mesmo junto ao rio Motlawa, é conhecida como "Estrada Real". São belíssimas as lembranças de outros tempos, como o célebre guindaste que persiste há vários séculos, quase como símbolo dessa herança comercial da cidade.


Um passeio pela zona antiga de Gdansk é um verdadeiro mergulho na História. Há museus interessantes e edifícios com séculos que merecem uma visita mais demorada.  


Com a chegada de tantos visitantes, até por se tratar de um destino de Verão para os polacos, Gdansk soube modernizar-se, sem perder todo o seu charme característico. O centro é muito compacto e fácil de percorrer a pé. Encontra-se ali a antiga casa do Governo, de inspiração gótica, o incrível Artus Court, maneirista, a Fonte de Neptuno ou o tal guindaste Zuraw, junto ao rio. Isto além de uma série de igrejas, das quais se destaca a Santa Maria, uma das maiores igrejas góticas da Europa e a catedral de Oliwa. Entre os museus, merece referência o Centro Europeu de Solidariedade, que conta toda a história deste movimento e da sua influência no futuro da Polónia e da Europa, ou o museu da II Guerra Mundial.

Há ainda quem aproveite a visita para uma ida à praia, apesar da água normalmente fria. Com areia branca, como se encontra em Portugal, as mais populares são as de Brzezno e Jelitkowo.


Como ir

A TAP voa directamente de Lisboa para Varsóvia e daí para Gdansk, com preços que podem atingir os 400 euros. Para quem prefira conhecer a Polónia, nada como alugar um carro e percorrer os cerca de 400 quilómetros, com muitas cidades interessantes para ver no caminho.

Indicações úteis

Apesar de a Polónia fazer parte da União Europeia desde 2004, o país ainda não aderiu ao euro. A sua moeda é o zloty (1 euro=4,2 pln), facilmente trocada em bancos ou casas de câmbio. A melhor altura para visitar Gdansk é o Verão, quando as temperaturas são mais agradáveis.

Onde ficar

A melhor zona para encontrar hotel é a cidade velha. O Radisson Blu (130 euros por noite em quarto duplo) e o Podewils (160 euros) são duas das melhores opções, mas há centenas de possibilidades de alojamento, incluindo muitos apartamentos disponíveis na cidade.


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