Notícia
Do péssimo sairá algo bom
"Houdini is not dead", lê-se debaixo de uma ponte numa das imagens de João Tabarra. É preciso magia, uma coisa até de ressuscitação, para atravessar o presente, e o artista é aquele que muitas vezes nos dá a mão. A exposição que reúne 20 anos de trabalho de João Tabarra, no Centro de Arte Moderna (CAM), em Lisboa, chama-se "Narrativa Interior", mas é uma travessia tão individual quanto colectiva. Essa coincidência entre o homem e o seu tempo é talvez onde reside a maior prestidigitação. João Tabarra foi um adolescente revoltado contra a falta de sonho, enquanto repórter fotografou revoluções de pessoas desesperadas, mas é como artista que cada dia traz mudança e se realiza.
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1. Não trabalho peça a peça, trabalho por projectos e para isso faço muita investigação. Quando estou a desenvolver um projecto, leio duas a três horas por dia. Vou escrevendo, vou procurando. Pode demorar três anos, demoro bastante tempo. Tenho de ter a certeza do que vou propor. Não é apenas mais uma coisa. Porque é um poder; talvez seja dos poucos poderes que ainda temos em arte.
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