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Botas no terreno? A discussão está na praça pública

O novo ministro da Defesa, Nuno Melo, tomou posse esta terça-feira com uma discussão a acontecer na praça pública sobre o regresso do serviço militar obrigatório. O Executivo não poderá ignorar o tema, numa altura em que as Forças Armadas estão a perder milhares de elementos e a Europa se depara com uma guerra na Ucrânia que pode alastrar. Militares e antigos ministros alertam para a fragilidade do dispositivo de defesa do país e pedem uma reflexão urgente sobre o caminho a seguir para atrair mais jovens para os três ramos militares. O modelo do serviço nacional de cidadania, prestado pelos jovens à saída do ensino secundário, que já existe em outros países da NATO, é o que merece mais consenso. Mas é preciso valorizar já os salários e as carreiras, sublinham.
Filipa Lino 06 de Abril de 2024 às 11:00

Ser militar já não é uma opção interessante para a maioria dos jovens portugueses. Ao longo dos anos, tem sido cada vez mais difícil reter e atrair elementos nos três ramos das Forças Armadas. Esta falta de recursos humanos põe em causa a defesa e a soberania do país, numa altura em que há uma guerra na Europa. O alerta tem vindo a ser feito por algumas altas patentes militares, que querem uma discussão pública sobre o regresso do serviço militar obrigatório (SMO) ou um outro modelo adaptado à realidade atual. 

 

Gouveia e Melo, o chefe do Estado-Maior da Armada, escreveu há uma semana um artigo de opinião no Expresso onde alertava que neste contexto de guerra na Ucrânia "iremos viver tempos perigosos" e "ignorá-los não é uma opção". Nesse mesmo texto, admitia que poderia vir a ser necessário "reequacionar o serviço militar obrigatório, ou outra variante mais adequada" de forma a "não só equilibrar o rácio despesa/resultados, mas também para gerar uma maior disponibilidade da população para a defesa". Eduardo Ferrão, chefe do Estado-Maior do Exército, em declarações ao mesmo jornal, também defendeu que a medida devia ser "estudada e avaliada sob várias perspetivas".

 

O modelo da profissionalização das Forças Armadas, que entrou em vigor em 2004 com o fim efetivo do serviço militar obrigatório, não resultou em pleno para garantir os recursos humanos necessários para assegurar as missões dentro e fora do país. Atualmente, o efetivo militar português é constituído por 21 mil elementos, quando o número previsto para a estrutura é 32 mil.

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