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Quase metade dos IPO previstos na Europa foram adiados
Desde o início de Abril, quase metade das operações de entrada em Bolsa (IPO) nos mercados europeus foram adiadas. Tudo por causa da turbulência e volatilidade que se têm registado nas praças do Velho Continente.
Recentemente, noticia o jornal francês Les Echos, a Autodis desistiu de entrar em bolsa, tal como a Elsalys, uma empresa de biotecnologia francesa. Desde o início do ano, são já 16 as empresas que decidiram adiar "in extremis" a sua entrada nos mercados de capitais, o que representa 45% do total.
"Isso corresponde quase a uma em cada duas, algo praticamente nunca visto", disse ao jornal Cyril Court, responsável pelos mercados primários de acções na Europa do banco HSBC. A última vez que a taxa de adiamento de IPO tinha sido elevada foi no terceiro trimestre de 2015, mas, ainda assim, em valores inferiores a 25%.
No Reino Unido, o fundo de investimento Global Diversified Infrastructure também adiou a sua IPO em meados de Abril.
A razão para "estas inversões de marcha" é simples: as más condições dos mercados. Leia-se, a volatilidade.
Desde inícios de Fevereiro que o VIX, um índice conhecido como o "índice do medo", apresenta valores anormalmente elevados, em torno dos 50 pontos. Historicamente, o VIX costuma oscilar entre os 15 e os 20 pontos.
O "fantasma" do regresso da inflação, as tensões nas Coreias, a guerra comercial entre os EUA e a China – agora alargada a outros países – ou a crise política em Itália, tudo tem contribuído para uma turbulência nos mercados.