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No Nordea, os bancários estão a perder para os robôs

Na Suécia, o único grande banco que conseguiu reduzir custos também está por trás de um dos planos mais ousados do sector para substituir seres humanos por robôs.

Reuters
04 de Agosto de 2018 às 19:00
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O Nordea Bank, cujo CEO Casper von Koskull diz que o sector financeiro poderá ficar com apenas metade da sua actual força de trabalho daqui a uma década, vai 6 mil postos de trabalho. Von Koskull afirma que este ajustamento é a única forma de o banco se manter competitivo no futuro e que a automação e os robôs substituirão as pessoas em tudo, desde a gestão de activos ao atendimento ao cliente de retalho.  

Enquanto muitos no sector financeiro mostrem dificuldades em digerir esta mensagem, o mais recente conjunto de resultados bancários na Suécia sugere que os executivos de um dos lugares mais tecnologicamente avançados do planeta estão a inspirar-se no Nordea.

No SEB banka, o CEO Johan Torgeby diz agora que "tudo o que puder ser automatizado será automatizado".




O Nordea, que é o único banco da região nórdica com importância sistémica global, registou uma queda de 11% nos custos totais no segundo trimestre em relação ao período homólogo, e o número de funcionários desceu 8%, para cerca de 29.300. Em comparação, o Barclays, que tem aproximadamente o mesmo valor de mercado que o Nordea, tinha quase 80.000 funcionários no final de 2017, de acordo com os números mais recentes. (Na verdade, o Barclays tem mais do dobro dos activos do Nordea).

O SEB, o Svenska Handelsbanken e o Swedbank reconhecem que adicionar tecnologia é fundamental. Mas têm ideias diferentes sobre até que ponto os seres humanos precisam de ser substituídos por robôs e têm sido muito mais contidos do que o Nordea na eliminação de empregos. Alguns bancos fizeram até contratações de especialistas em tecnologia e cientistas da computação.

A redução dos custos ajudou o Nordea a registar um aumento anual de 31% no lucro operacional no último trimestre, o melhor desempenho entre os quatro principais bancos da Suécia. E, depois de terem esperado cerca de um ano para que o plano digital do Nordea desse frutos, os investidores foram recompensados quando os resultados do banco motivaram o melhor desempenho das acções desde o início de Fevereiro.

Outros bancos suecos estão a tentar agora automatizar mais áreas e de forma mais rápida. Torgeby, do SEB, diz que não há dúvida de que as novas tecnologias estão a "impactar o comportamento dos clientes e a revolucionar os modelos de negócio existentes dos bancos".

Mas, até agora, o único banco sueco que registou uma queda significativa no número de funcionários foi o Nordea, com uma queda de 2.500 postos de trabalho no final do segundo trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado. Nos outros três bancos, o número permaneceu praticamente inalterado.

Von Koskull diz que o sector financeiro não é o único que precisa de passar por este ajustamento.

"Todos nós precisamos de entender que o nosso sector, tal como muitos outros e a própria sociedade, está a passar por uma enorme mudança", afirmou Von Koskull, no início deste mês. "E precisamos de estar preparados para isso".

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