A SAD do FC Porto apresentou lucros de 334.000 euros no primeiro semestre da época 2024/2025, uma queda significativa face aos 35,366 milhões do período homólogo, comunicou a sociedade desportiva à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) na terça-feira.

A redução acentuada dos resultados da SAD liderada por André Villas-Boas são justificados por uma "época 2024/2025 atípica em que o FC Porto não participou na Liga dos Campeões". Este é o primeiro exercício semestral da responsabilidade única da equipa de gestão de Villas-Boas, que sucedeu a Pinto da Costa em maio do ano passado.   

O comunicado nota que, nas últimas 10 épocas, o FC Porto "apenas não participou uma vez na Liga dos Campeões, na época 2019/2020, sendo que no primeiro semestre desse ano apresentou um resultado líquido negativo de cerca de 51,853 milhões".

A SAD salienta também a "melhoria substancial dos seus capitais próprios" face ao período homólogo, que recuperaram 66,4 milhões, atingindo em 31 de dezembro, o valor negativo de 47,360 milhões. A recuperação deve-se sobretudo à alienação de 18,5% das ações da Porto StadCo, correspondentes a 30% dos direitos económicos desta sociedade, por 65 milhões, um negócio que pode render um máximo de 100 milhões.

Já a dívida financeira líquida subiu cerca de 7 milhões para 251 milhões, apesar das  duas emissões obrigacionistas no valor de 115 milhões e de 21 milhões. "Com esta reestruturação financeira, o grupo conseguiu um aumento da maturidade média da dívida e uma redução do custo médio de financiamento". O passivo a fornecedores foi reduzido num total de 49,7 milhões.

As reecitas com transações de passes de jogadores atingiram os 51 milhões de euros, sobretudo pelos rendimentos brutos obtidos venda de Evanilson para o Bournemouth, por 37 milhões e de Toni Martínez para o Deportivo Alavés por 2 milhões, assim como o empréstimo de Francisco Conceição para a Juventus.

No relatório e contas, Villas-Boas destaca "o resultado positivo e uma melhoria da situação financeira, apesar do elevado número de constrangimentos financeiros recebidos do passado e da forte redução de receitas decorrente de o FC Porto não competir na Liga dos Campeões, nesta época desportiva".

O presidente da SAD "portista" diz ainda que "foi possível regularizar as situações que colocavam o clube em risco, face às regras de monitorização da sustentabilidade financeira impostas pela UEFA, com a redução significativa do passivo de curto prazo, nomeadamente a regularização de dívidas a outros clubes e agentes do futebol e a fornecedores diversos".