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Mercado de acções do Reino Unido é o menos popular do mundo
Os gestores de fundos evitam as acções britânicas porque acreditam ser a classe de activos menos popular do mundo.
O mercado de acções do Reino Unido é a classe de activos mais impopular do mundo entre os grandes investidores internacionais, escreve o Financial Times acrescentando que os níveis de confiança neste mercado atingiram mínimos desde a crise financeira.
A BlackRock, a State Street, a Deutsche Asset Management e a Lyxor têm nas suas carteiras posições conservadoras em relação às acções do Reino Unido devido a preocupações com o Brexit e a uma fraca perspectiva de lucros das empresas daquele país.
"O pessimismo sobre o mercado de acções do Reino Unido está enraizado entre os gestores de fundos globais", disse ao jornal de economia britânico Michael Hartnett, do Bank of America Merrill Lynch. "Os EUA, a
Zona Euro e até o Japão oferecem oportunidades mais atraentes".
Um inquérito realizado pelo Bank of America revela que os 163 gestores inquiridos - que gerem carteiras de investimentos globais e supervisionam 510 mil milhões de dólares em activos - consideram as acções do Reino Unido como a opção menos atractiva. E há uma grande aposta de que os preços dos activos britânicos vão cair.
O Financial Times acrescenta que entre 22 grandes classes de activos em todo o mundo - incluindo bancos, acções de tecnologia, títulos e acções de mercados norte-americanos, japoneses e emergentes - o mercado de acções do Reino Unido foi também classificado como o menos popular.
O índice FTSE 100 das blue-chip atingiu um máximo histórico em meados de Janeiro, mas caiu 9% até agora. Desde então, o mercado de acções do Reino Unido apresentou um retorno total, incluindo dividendos, de 14,6% em dólares, um valor baixo em comparação com os 34% da Alemanha e 36,4% para do mercado de acções norte-americano.
Neil Woodford, um dos gestores de fundos mais conhecidos do Reino Unido, admite que "há uma visão consensual de que a economia do Reino Unido está a ser desafiada pela inflação, a falta de crescimento salarial real e, claro, as questões do Brexit e a incerteza política", afirmou.
Muitos dos traders argumentam o receio com o medo de que as empresas possam atrasar projectos de investimento ainda devido às incertezas em torno do Brexit. "O Reino Unido é actualmente a economia mais fraca da Europa e é provável que as empresas registem um crescimento mais fraco do que os principais mercados de acções do mundo", disse Britta Weidenbach, directora de acções europeias da Deutsche Asset Management.
Mas o JPMorgan Asset Management tem nas suas carteiras uma posição grande de acções do Reino Unido, um reforço feito após o voto do Brexit. "As incertezas na política doméstica do Reino Unido e os desafios que a economia enfrenta são bem conhecidos e já se reflectem nos preços das acções", disse Paul Quinsee, director global de acções do JPMorgan. "Ainda podemos encontrar acções a preços muito atractivos com bons rendimentos de dividendos ".