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IMF – Economia britânica contraiu quase 6% em março, negociações do Brexit num impasse

Economia britânica contraiu quase 6% em março e as negociações do Brexit chegam a um impasse; Economia alemã entra em recessão; PIB da ZE registou a maior contração em 25 anos; Crude encerra em alta pela 3ª semana consecutiva, em máximos de inícios de abril; Ouro em máximos de 3 semanas devido a tensões EUA-China.

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Economia britânica contraiu quase 6% em março, negociações do Brexit chegam a impasse

No mês em que o país entrou em quarentena (março), a economia do Reino Unido contraiu 5.8% m/m. Esta queda do PIB foi a mais expressiva desde que há registo. Nos primeiros três meses do ano, o PIB contraiu 2% y/y, a maior queda desde a crise do subprime de 2008. Não obstante, tudo aponta para que o pior ainda esteja para vir, visto que as medidas de confinamento só foram implementadas no final do mês (23 de março), tendo sido abril o primeiro mês no qual as medidas estiveram ativas na sua totalidade. Medidas mais ou menos restritivas deverão permanecer em vigor nos próximos meses. Na semana passada, o BoE revelou que a contração económica no segundo trimestre de 2020 poderá ascender a 25% e resultar no maior declínio anual em mais de três séculos. Sobre a temática do Brexit, o Reino Unido e a União Europeia realizaram negociações que, de acordo com ambos os lados terminaram com muito pouco progresso realizado, com o negociador chefe da UE, Michael Barnier, a indicar que o Reino Unido recusou iniciar conversações.

Tecnicamente, o Eur/Gbp deu por terminada a consolidação que vinha a apresentar desde meados de abril, ao quebrar em alta os 50% de retração de fibonacci (£0.882). O par apresenta agora uma perspetiva ligeiramente bullish para o curtíssimo-prazo, à medida que prepara u, teste à próxima resistência dos 61.8% de retração (£0.895).


Economia alemã entra em recessão; PIB da ZE registou a maior contração em 25 anos

A economia alemã entrou oficialmente em recessão, após ter sofrido no primeiro trimestre a maior contração desde 2009. A economia germânica encolheu 2.2% q/q como consequência da pandemia do Covid-19. Adicionalmente, as perspetivas apontam para que o pior ainda esteja para vir, visto que os efeitos do vírus só se fizeram sentir em março, e com as medidas de confinamento a estenderem-se para abril e maio o período dos três meses até junho poderá apresentar quedas ainda mais expressivas, com as últimas sondagens conduzidas pela Reuters a apontar para 11.3%. Não obstante, é preciso notar que o impacto da pandemia não atingiu a Alemanha com a mesma intensidade do que a França e Itália, cujas economias contraíram 5.8% e 4.7% q/q no mesmo período. Já sobre a ZE como um todo, o vírus também provocou danos significativos, tendo o PIB dos 19 países caído 3.8% q/q nos primeiros três meses de 2020 – a maior contração desde que há registo. Destaque ainda para a última sondagem a economistas realizada pela Reuters, que aponta para uma contração de 7.5% y/y da economia da ZE em 2020 e que o BCE aumente o atual programa de compra de ativos de resposta à pandemia em €375 mM na reunião de junho. Nos EUA, os pedidos de subsídio de desemprego voltaram a aumentar de forma acentuada (cerca de 3 milhões) e o presidente da FED, Jerome Powell, alertou para um período prolongado de fraco crescimento económico, prometendo assim utilizar mais o poder da FED, mas deixou de parte a possibilidade de taxas de juro negativas.

Tecnicamente, o Eur/Usd dá seguimento ao movimento de lateralização que tem vindo a descrever desde abril, após ter falhado o teste ao limite superior deste, em torno dos $1.10. Os indicadores técnicos não fornecem sinais muitos claros, podendo indicar que o par poderá continuar a consolidar entre os $1.08 e os $1.10 no curtíssimo-prazo. Contudo, nas últimas sessões o par tem vindo a testar de forma constante o limite inferior do intervalo, o que poderá sinalizar alguma possibilidade de uma quebra a este.


Crude encerra em alta pela 3ª semana consecutiva, em máximos de inícios de abril

Os preços do crude WTI têm vindo a recuperar nos últimos tempos depois da queda histórica, caminhando para fechar pela terceira semana consecutiva em terreno positivo, em máximos de início de abril. Por detrás desta recuperação, está a redução da oferta do ouro negro, com a entrada em vigor dos cortes da OPEP e aliados, mas também a decisão do reino saudita de aumentar, voluntariamente, esses cortes em 1 milhão de barris por dia. Para além disso, os preços têm-se visto igualmente apoiados pelo aumento da procura pela matéria-prima, à medida que os países vão saindo do confinamento. Adicionalmente, os recentes sinais de que a procura pela matéria-prima está a recuperar, com a China a reportar um aumento nas operações nas refinarias, também suportou a subida.

Ouro em máximos de 3 semanas devido a tensões EUA-China

O ouro encerrou a semana em alta, impulsionado pelo aumento da procura por ativos de refúgio, numa altura em que os investidores abandonam ativos mais arriscados devido ao aumento dos receios em torno da fraqueza das economias um pouco por todo o mundo, graças à pandemia, e pela renovação das tensões entre os EUA e a China. É de notar que Donald Trump indicou que não pretende comunicar por agora com a contraparte de Pequim, Xi Jinping, e que poderá mesmo cortas as relações com a segunda maior economia mundial.

Tecnicamente, após semanas de baixa volatilidade, transacionando num intervalo curto em torno dos $1700/onça, o ouro começa a apresentar uma ligeira tendência de alta, tendo vindo a afastar-se de forma gradual do referido nível nas últimas sessões. Não obstante, ainda é muito cedo para se fornecer uma completa perspetiva bullish ao metal precioso, sendo necessário primeiro quebrar o nível dos $1750/onça e a banda de bollinger superior (verde).

As análises técnicas aqui publicadas não pretendem, em caso algum, constituir aconselhamento ou uma recomendação de compra e venda de instrumentos financeiros, pelo que os analistas e o Jornal de Negócios não podem ser responsáveis por eventuais perdas ou danos que possam resultar do uso dessas informações. Caso pretenda ver esclarecida alguma dúvida acerca da Análise Técnica, por favor contactar a IMF ou o Jornal de Negócios.

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