Notícia
IBEX "treme" com acordo PSOE/Podemos. É o índice europeu com pior desempenho em 2019
A bolsa espanhola está a perder mais de 1% após o acordo entre o PSOE e o Unidas Podemos, que não é considerado "amigo dos mercados". O IBEX regista o pior desempenho de 2019 entre as principais praças europeias.
A bolsa espanhola está a reagir com perdas ao pré-acordo assinado entre o PSOE (centro-esquerda) e o Unidas Podemos (coligação eleitoral de esquerda radical) para formar Governo. Em causa estão os pontos de convergência entre os dois partidos, nomeadamente a promoção da justiça fiscal e o combate às desigualdades que poderá traduzir-se num aumento dos impostos para as empresas e bancos.
Descendo pela quarta sessão consecutiva, o IBEX cede 1,46% para os 9.171,2 pontos nesta quarta-feira, 13 de novembro, para mínimos de um mês, um dia após os dois partidos terem chegado a acordo.
A Bloomberg escreve que, "apesar de serem baratas", as ações espanholas são uma das "principais perdedoras" da Europa este ano. Em 2019, o índice espanhol soma 7,43%, a subida mais baixa entre as principais praças europeias. O PSI-20, por exemplo, soma 11,43% desde o início do ano e o Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, valoriza 19,7%.
São várias as políticas defendidas pelo Unidas Podemos - partido que fará parte do Governo, caso haja maioria para o aprovar (PSOE e UP não têm maioria no Parlamento) - que não são "amigas dos mercados", do ponto de vista dos investidores. Mas entre os 10 pontos acordados pelos dois partidos destaca-se o último, que se dedica à justiça fiscal e o equilíbrio orçamental.
Nesse ponto, o entendimento com vista à formação de um Governo de coligação compromete-se a controlar a despesa pública ao mesmo tempo que promove políticas sociais que garantam "novos direitos". Tal é alcançado por uma "reforma fiscal justa e progressiva" que aproxime Espanha da União Europeia e que elimine os "privilégios fiscais".
Este é um dos fatores que está a fazer "tremer" o IBEX, e em particular a banca, o setor com mais peso do índice espanhol. Ontem, na banca, o destaque foi para o Bankia que perdeu mais de 4%.
Em cima da mesa poderá estar um imposto sobre as transações financeiras (Taxa Tobin) - entre outras mudanças fiscais para o conjunto das empresas - e ainda um imposto sobre as gigantes tecnológicas, tal como acontecerá em França e no Reino Unido.
O desconforto dos mercados com o possível novo Executivo espanhol é visível nos destaques das capas dos jornais financeiros espanhóis esta quarta-feira. O El Economista titula "As consequências nefastas do acordo PSOE-Podemos" e o Expansión escreve sobre o "Alarme na economia".
Os receios não se esgotam no possível aumento de impostos, alargando-se às alterações no mercado de trabalho (incluindo a subida do salário mínimo para os 1.200 euros mensais) - outro dos pontos do acordo entre os dois partidos, ainda que vago - e a probabilidade de instabilidade de um Governo de coligação entre dois partidos que tiveram dificuldade em entender-se no passado. Sem maioria no Parlamento, vão ter de recorrer a apoios de mais partidos, o que tende a aumentar a incerteza.
No entanto, ainda não há detalhes sobre qual será o programa de Governo e as medidas concretas. Além disso, uma das vice-presidente do Executivo deverá ser Nadia Calviño (PSOE), atual ministra das Finanças e Economia, cujo passado em Bruxelas poderá ajudar na relação com a Comissão Europeia e no cumprimento das metas orçamentais.
Apesar de ser visível a reação dos mercados bolsistas ao pré-acordo, não acontece o mesmo no mercado obrigacionista. Nas últimas sessões, no mercado secundário, os juros da dívida espanhola a dez anos estiveram a subir, em linha com os pares europeus, sem diferenças expressivas. Na sessão de hoje os juros estão a descer para os 0,426%.
Descendo pela quarta sessão consecutiva, o IBEX cede 1,46% para os 9.171,2 pontos nesta quarta-feira, 13 de novembro, para mínimos de um mês, um dia após os dois partidos terem chegado a acordo.
São várias as políticas defendidas pelo Unidas Podemos - partido que fará parte do Governo, caso haja maioria para o aprovar (PSOE e UP não têm maioria no Parlamento) - que não são "amigas dos mercados", do ponto de vista dos investidores. Mas entre os 10 pontos acordados pelos dois partidos destaca-se o último, que se dedica à justiça fiscal e o equilíbrio orçamental.
Nesse ponto, o entendimento com vista à formação de um Governo de coligação compromete-se a controlar a despesa pública ao mesmo tempo que promove políticas sociais que garantam "novos direitos". Tal é alcançado por uma "reforma fiscal justa e progressiva" que aproxime Espanha da União Europeia e que elimine os "privilégios fiscais".
Este é um dos fatores que está a fazer "tremer" o IBEX, e em particular a banca, o setor com mais peso do índice espanhol. Ontem, na banca, o destaque foi para o Bankia que perdeu mais de 4%.
Em cima da mesa poderá estar um imposto sobre as transações financeiras (Taxa Tobin) - entre outras mudanças fiscais para o conjunto das empresas - e ainda um imposto sobre as gigantes tecnológicas, tal como acontecerá em França e no Reino Unido.
O desconforto dos mercados com o possível novo Executivo espanhol é visível nos destaques das capas dos jornais financeiros espanhóis esta quarta-feira. O El Economista titula "As consequências nefastas do acordo PSOE-Podemos" e o Expansión escreve sobre o "Alarme na economia".
Os receios não se esgotam no possível aumento de impostos, alargando-se às alterações no mercado de trabalho (incluindo a subida do salário mínimo para os 1.200 euros mensais) - outro dos pontos do acordo entre os dois partidos, ainda que vago - e a probabilidade de instabilidade de um Governo de coligação entre dois partidos que tiveram dificuldade em entender-se no passado. Sem maioria no Parlamento, vão ter de recorrer a apoios de mais partidos, o que tende a aumentar a incerteza.
No entanto, ainda não há detalhes sobre qual será o programa de Governo e as medidas concretas. Além disso, uma das vice-presidente do Executivo deverá ser Nadia Calviño (PSOE), atual ministra das Finanças e Economia, cujo passado em Bruxelas poderá ajudar na relação com a Comissão Europeia e no cumprimento das metas orçamentais.
Apesar de ser visível a reação dos mercados bolsistas ao pré-acordo, não acontece o mesmo no mercado obrigacionista. Nas últimas sessões, no mercado secundário, os juros da dívida espanhola a dez anos estiveram a subir, em linha com os pares europeus, sem diferenças expressivas. Na sessão de hoje os juros estão a descer para os 0,426%.