Notícia
Euro pode ser a moeda forte mundial
A moeda única está em posição de desafiar o dólar como moeda dominante.
A fraqueza do dólar, as nuvens que pairam sobre a maior economia do mundo e o rejuvenescido eixo Macron Merkel fizeram com que em menos de um ano o euro tenha passado de besta a bestial. Didier Saint-Georges, director da Carmignac, uma das maiores gestoras de activos da Europa, escreve hoje, no Financial Times, que normalmente um ano é muito pouco para esta inversão, mas o euro conseguiu nos últimos meses alterar o "estatuto estratégico" em relação ao dólar norte-americano e tem agora uma segunda oportunidade de ultrapassar a 'nota verde'.
A moeda europeia, que já valorizou cerca de 15% face ao dólar desde o início do ano, voltou a superar esta manhã – quarta-feira, 20 de Setembro - a barreira dos 1,20 dólares numa altura de inquietação dos mercados por causa da tensão entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte. As dúvidas sobre a política de Donald Trump afectam desde há vários meses o valor do dólar, com os investidores a procurarem valores considerados mais seguros. O euro atingiu recentemente máximos face a 19 moedas.
O actual contexto político europeu é propício ao crescimento do euro. A moeda única sempre foi um projecto franco-alemão e, depois da vitória de Macron e Merkel há agora uma oportunidade de ambos os países corrigirem as falhas da criação da moeda única.
Didier Saint-Georges director da Carmignac, uma das maiores gestoras de activos da Europa, escreve ainda que, tal como quando nasceu, estão reunidas as condições para o euro se afirmar como moeda forte mundial. O especialista diz que os investidores estrangeiros, tanto privados quanto públicos, transferem capital para a Zona Euro e esta inversão é de enorme importância para as moedas, porque, enquanto o défice comercial dos EUA continua a crescer, o excedente de conta corrente dos países que partilham o euro supera 3% do PIB.
Ou seja, o euro tem agora uma segunda oportunidade. "A força do euro é um reflexo do enfraquecimento da moeda dos EUA e da rejuvenescida esperança de que a Europa possa, de forma convincente, emergir após seis anos de ameaça existencial. Nada está escrito na pedra: os EUA podem de repente inverter a sua visão e política e o eixo franco-alemão pode não estar à altura de reunir a Europa. Mas a oportunidade está ai".
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