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Aston Martin regista maior queda desde o IPO após prejuízos

A fabricante de desportivos de luxo anunciou prejuízos antes de impostos de 68 milhões de libras e provisões de 30 milhões para lidar com um eventual Brexit sem acordo.

Reuters
28 de Fevereiro de 2019 às 11:20
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As ações da Aston Martin estão a registar a maior queda desde a sua entrada em bolsa, depois de a fabricante britânica ter reportado prejuízos em 2018 e ter anunciado provisões para lidar com a incerteza relacionada com um eventual Brexit sem acordo.

Os títulos da fabricante de desportivos de luxo descem 15,96% para 1.155 pence, depois de já terem afundado um máximo de 16,33% para 1.150 pence, o valor mais baixo em duas semanas, e que corresponde a menos de dois terços do valor a que a Aston Martin vendeu as ações, em outubro. A descida também é a maior desde o IPO.

Esta evolução acontece depois de a empresa ter revelado que fechou o ano de2018 com um prejuízo antes de impostos de 68 milhões de libras, devido aos custos com o IPO, e que o EBIDA do primeiro semestre deverá ser inferior, em termos homólogos, já que compara com um período em que a fabricante teve um encaixe extraordinário com alienações.

Ainda assim, as vendas do ano passado superaram o objetivo, e a empresa prevê um crescimento ainda maior este ano, já que no segundo semestre deverá estar operacional uma nova unidade de produção em St Athan, onde serão produzidos os primeiros utilitários da marca.

Contudo, o CEO Andy Palmer sublinhou que os britânicos estão a adiar os seus planos de compra de automóveis devido à incerteza em torno do Brexit, que poderá "baralhar" as contas da fabricante. Por isso mesmo, a empresa decidiu realizar provisões de 30 milhões de libras para lidar com uma eventual saída do Reino Unido da UE sem acordo, a 29 de março.

"Penso que as vendas não vão cair, mas claro que há um impacto", afirmou o CEO num entrevista citada pela Bloomberg. "Os próprios presidentes das empresas, por exemplo, estão a questionar-se ‘compro em março, ou adio?’".

Apesar das incertezas, a Aston Martin reiterou o seu objetivo de vender 7.300 carros este ano, e 14.000 no médio prazo.

"Dissemos na altura do IPO para não apostarem em nós se não tivessem no horizonte o médio prazo", recordou Andy Palmer. "Tem tudo a ver com crescimento até 2023".   

A Aston Martins estreou-se em bolsa no início de outubro, numa sessão marcada por fortes quedas, com os investidores a duvidarem da ambição da empresa de superar o desempenho das rivais Porsche e Ferrari. As ações foram colocadas a 19 libras.

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