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Coligação de investidores apela a normas sobre direitos humanos e dos trabalhadores

Iniciativa coordenada pela ShareAction pede ao Conselho Internacional de Normas de Sustentabilidade que se foque agora em definir regras para o pilar social.

04 de Setembro de 2023 às 08:23
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Uma coligação de 24 investidores, que gere ativos no valor de mais de um bilião de dólares, apelou ao Conselho Internacional de Normas de Sustentabilidade (ISSB, sigla em inglês) que se concentre agora na definição de normas internacionais de informação sobre direitos humanos e dos trabalhadores.

A coligação é coordenada pela ShareAction, uma ONG de investimento responsável, e inclui investidores de todo o mundo, entre os quais a Impax Asset Management (Reino Unido), o The Universities Superannuation Scheme (Reino Unido) e o Sycomore Asset Management (França), e outras entidades.  

A carta, segundo divulga a ShareAction, afirma que a procura dos investidores por maiores volumes de dados sobre a força de trabalho de melhor qualidade "está a atingir o seu ponto mais alto de sempre" e insta o ISSB a "dar prioridade à investigação de normas de divulgação do capital humano e dos direitos humanos no seu próximo plano de trabalho de dois anos".

Estes investidores instam em conjunto o ISSB em resposta ao seu pedido de feedback, lançado em maio passado, sobre a área da sustentabilidade em que deve centrar o seu próximo conjunto de normas.

"Esta é uma oportunidade para o ISSB estabelecer a base global de informação necessária para que os investidores possam compreender e tomar medidas significativas em relação às violações do trabalho e dos direitos humanos", refere James Coldwell, diretor da Iniciativa de Divulgação da Força de Trabalho (WDI) da ShareAction.

E acrescenta: "Sabemos que os trabalhadores de todo o mundo são explorados por empresas sem escrúpulos, o que prejudica os próprios trabalhadores e cria riscos para os investidores. A resolução destas questões só pode ser alcançada quando existir transparência em torno das práticas empresariais - algo que o ISSB está perfeitamente posicionado para proporcionar".

Esta carta surge na sequência de uma recente sondagem de opinião da ShareAction, encomendada para avaliar os pontos de vista dos adultos britânicos sobre a forma como se sentem em relação ao local onde o seu dinheiro é investido. Os resultados revelaram que uma esmagadora maioria (74%) das pessoas teria uma visão mais negativa das instituições financeiras que investem em empresas que não cumprem as normas em matéria de direitos humanos e laborais.

"À medida que a materialidade financeira destas questões se torna cada vez mais clara, é crucial que os investidores tenham acesso a dados sociais abrangentes e comparáveis das empresas para ajudar a informar as decisões de investimento. É imperativo que o ISSB dê prioridade ao desenvolvimento de normas relativas ao capital humano e aos direitos humanos o mais rápido possível para ajudar a concretizar este objetivo", salienta na mesma nota Vincent Kaufmann, diretor executivo da Fundação Ethos, signatária do inquérito.

 

 

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