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As entidades que verificam alegações ambientais, sociais e de governação (ESG, sigla em inglês) feitas pelas empresas serão convidadas a seguir um novo código de ética proposto pelo Conselho Internacional de Normas Éticas para Contabilistas (IESBA, sigla em inglês). O objetivo é ajudar a combater o "greenwashing", anuncia nesta segunda-feira este organismo de vigilância mundial presidido pela portuguesa Gabriela Figueiredo Dias.
Dois novos projetos propostos pelo IESBA estabelecem o primeiro conjunto abrangente de normas globais sobre considerações éticas em matéria de relatórios e garantias de sustentabilidade.
Nomeadamente, o Projeto de Exposição sobre as Normas Internacionais de Ética para a Garantia da Sustentabilidade e as normas de ética para a elaboração de relatórios de sustentabilidade propõe um quadro de comportamentos esperados e disposições de ética para utilização por todos os profissionais de garantia da sustentabilidade, independentemente da sua formação profissional, bem como pelos contabilistas profissionais envolvidos na elaboração de relatórios de sustentabilidade.
O objetivo destas normas é atenuar o "greenwashing" e elevar a qualidade da informação sobre sustentabilidade, promovendo assim uma maior confiança pública e institucional nos relatórios e garantias de sustentabilidade, explica o organismo em comunicado.
O Projeto de Exposição sobre a Utilização do Trabalho de um Perito Externo propõe um quadro ético para orientar os contabilistas profissionais ou os profissionais de garantia da sustentabilidade, conforme aplicável, na avaliação da competência, capacidade e objetividade de um perito externo, de modo a utilizar o trabalho desse perito para os fins pretendidos.
As propostas incluem igualmente disposições destinadas a auxiliar a aplicação do quadro conceptual. "As normas propostas têm como objetivo promover uma maior confiança em toda a informação de sustentabilidade comunicada publicamente através da aplicação de uma abordagem ética consistente", anuncia o organismo em comunicado.
Gabriela Figueiredo Dias, presidente do IESBA, comenta que "a ética tem a ver com comportamentos aceitáveis e decisões corretas para evitar enviesamentos na informação sobre sustentabilidade e promover a confiança. Desde os investidores que procuram informações transparentes e credíveis, aos consumidores que pretendem assegurar a fiabilidade das narrativas das empresas sobre as credenciais sustentáveis dos seus produtos e práticas, e às empresas que pretendem merecer a sua confiança, todos os utilizadores de informações sobre sustentabilidade têm interesse em assegurar escolhas éticas por parte dos preparadores e avaliadores dessas informações. Estas normas propostas servirão como pedra angular de um comportamento ético com benefícios de grande alcance."
O organismo salienta que estas normas éticas propostas são "especialmente relevantes" num contexto em que a informação sobre sustentabilidade é cada vez mais importante para os mercados de capitais, os consumidores, as empresas e os seus trabalhadores, os governos e a sociedade em geral.
O IESBA convida os "stakeholders" a comentar o Projeto de Exposição sobre as Normas Internacionais de Ética para a Garantia da Sustentabilidade até 10 de maio e o Projeto de Exposição sobre a Utilização do Trabalho de um Perito Externo até 30 de abril.