Outros sites Medialivre
Notícia

Portugal reduziu 35% das emissões de GEE desde 2005 (e a UE27 24%)

No âmbito do Dia Mundial do Ambiente, a Pordata traça o retrato do país rumo à descarbonização. Portugal destaca-se também pelas renováveis no cabaz energético, mas falha no elevado consumo de recursos naturais e nos resíduos produzidos.

05 de Junho de 2023 às 09:28
DR
  • Partilhar artigo
  • ...

Portugal reduziu, face a 2005, 35% das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) enquanto que a União Europeia (UE) reduziu 24%. No país, os setores dos transportes (28%) e das indústrias da energia (15%) lideram na emissão de GEE.

Os dados são destacados pela Pordata, a base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, em colaboração com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), no Dia Mundial do Ambiente, assinalado nesta segunda-feira.

Face a 2005, as emissões de GEE têm decrescido na generalidade dos setores, quer em Portugal quer na UE27, com exceção do setor da agricultura em Portugal, cujas emissões de GEE aumentaram 4,7%, refere a Pordata.

Desde 1990, Portugal tem estado no grupo dos nove países que se mantiveram sempre abaixo do global da União Europeia, no que respeita às emissões de GEE per capita. Luxemburgo é o país com mais emissões de GEE per capita.

Em 2021, Portugal demonstrava ainda um grande contributo da energia fóssil no seu cabaz energético: 40,6% advinha do petróleo e 23,6% do gás natural. Contudo, 31,6% já provinha das energias renováveis. Face a 2000, o peso do carvão baixou drasticamente de 15% para menos de 1%, o petróleo caiu mais de 20 p.p., o gás natural cresceu 16 p.p. e as renováveis 17 p.p.

De destacar também que, em 2021, 64,9% da produção de energia elétrica em Portugal já provinha de fontes renováveis. Desde 2018 que mais de metade da produção elétrica tem como fonte as energias renováveis.

Relativamente ao consumo de recursos naturais, o país encontra-se acima da média da UE. Em 2021, Portugal terá consumido cerca de 174 milhões de toneladas de materiais. O rácio por habitante foi de 16,9 toneladas, sendo que a média europeia é de 14,1 toneladas, e 86% superior ao consumo de materiais na vizinha Espanha (9,1 toneladas).

De entre os diversos tipos de materiais, os minerais não metálicos, muito usados na construção, são os mais consumidos em Portugal, tendo representado cerca de 63% do total, em 2021. Em Portugal, o consumo interno de materiais aumentou 65% entre 1995 e 2008, ano em que atingiu o seu valor máximo com 242 milhões de toneladas. A trajetória posterior foi de forte redução durante o período da crise económica, tendo-se seguido uma quase estabilização em torno de 164 milhões de toneladas.

O país também não sai bem no figurino dos resíduos. Em 2020, produziram-se 5,3 milhões de resíduos urbanos em Portugal. Em média, cada pessoa produziu 1,4 kg de resíduos por dia. Desde 1995 que a produção de resíduos per capita tem apresentado uma tendência de aumento, com exceção dos anos da crise, 2010 a 2013. Mas se em Portugal o aumento foi de 46%, na União Europeia o acréscimo ficou-se pelos 12%.

De salientar ainda que metade do lixo em Portugal vai para aterro e apenas 13% é reciclado. Os valores médios da UE são de 23% a irem para aterro e são reciclados 30% dos resíduos.

No que toca ao aumento da temperatura, comparando com o valor de referência (média do período 1971-2000), evidencia-se o aumento da temperatura em todas as estações meteorológicas analisadas, à exceção da de Viana do Castelo, com desvios que atingem, com frequência, entre 1ºC e 2,3ºC, nos últimos cinco anos.

Em 2022 registaram-se as temperaturas médias mais elevadas dos últimos 50 anos em Bragança, Castelo Branco, Lisboa e Beja. Comparando a temperatura média na década de 70 com a da década 2010-2019, constata-se que no Porto, Beja, Faro e Funchal, a diferença foi de, pelo menos, 1,5ºC.

 

 

 

Mais notícias