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As soluções baseadas na natureza (SbN) podem ajudar a enfrentar grandes desafios, como as alterações climáticas e a segurança alimentar, mas as comunidades fora da Europa não estão a beneficiar destas inovações, destaca uma nova investigação da Universidade de Surrey, Inglaterra. O estudo revelou que mais de 60% das SbN estão localizadas na Europa, com as outras regiões a mostrarem uma fraca utilização das tecnologias.
A investigação salienta que 33% das soluções baseadas na natureza são as chamadas soluções verdes, incluindo o desenvolvimento de espaços verdes urbanos, como parques, telhados verdes e paredes verdes que podem proporcionar arrefecimento e sombra, absorver a precipitação e melhorar a qualidade do ar.
Uma proporção significativa (31%) das SbN são soluções híbridas. Estas podem incluir telhados verdes que incorporam painéis solares ou sistemas de recolha de águas pluviais para captar e utilizar a água da chuva.
"Acreditamos que 68% dos estudos de casos que analisámos abordam os objetivos de sustentabilidade da ONU para a vida na Terra, a ação climática e a água potável. Imaginem o impacto que estas inovações poderiam ter se fossem implementadas nas nossas comunidades mais vulneráveis", refere Prashant Kumar, autor do estudo. "É por isso que acreditamos que a transferência de conhecimentos deve estar no topo da agenda para que todos possamos beneficiar das vantagens transformadoras das soluções baseadas na natureza", acrescentou.
A equipa analisou a implementação de mais de 500 estudos de caso de soluções baseadas na natureza. Verificaram que mais de 88% eram apoiados por políticas nacionais, que garantiam a viabilidade financeira das soluções baseadas na natureza.
"O que é muito preocupante é o facto de termos encontrado uma falta de provas de autoridades ou organizações que investem em soluções baseadas na natureza para comunidades vulneráveis fora da Europa", destacou o investigador.
A utilização mais comum das soluções foi para fazer face a riscos de origem hídrica, como inundações e deslizamentos de terras. Esta utilização representou 45% de todos os estudos de caso.
O segundo tipo mais comum de risco abordado foi o risco meteorológico/climatológico, como ondas de calor e secas, que representou cerca de 30% dos estudos de caso.
Cerca de 24% dos estudos de caso centraram-se em riscos ambientais, como a degradação dos solos e a poluição atmosférica. Os riscos de incêndio foram o tipo de risco menos comum abordado pelas soluções baseadas na natureza, representando apenas cerca de 1% dos estudos de caso.