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Maior projeto de reposição de areia em Portugal avança na Figueira da Foz

Investimento de 27 milhões de euros visa proteger a orla marítima da erosão e garantir a sua sustentabilidade a longo prazo. Intervenção vai criar uma praia mais larga e, segundo o Governo, impulsionar o turismo e a economia local.

06 de Agosto de 2024 às 10:32
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A costa da Figueira da Foz vai ser alvo do maior projeto de reposição de areia em Portugal, naquele que será um investimento de 27 milhões de euros, para proteger a orla marítima da erosão e garantir a sua sustentabilidade a longo prazo.

O investimento, anunciado pelo Governo, será financiado em 85% pelo Programa Sustentável 2030, tutelado pelo Ministério do Ambiente e Energia (MAEN). O restante valor será assegurado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e pela Câmara Municipal Figueira da Foz.

A intervenção consistirá na alimentação artificial de elevada magnitude (cerca de 3,3 milhões de metros cúbicos de areia), do troço costeiro Cova Gala – Costa de Lavos, recorrendo-se à dragagem de mancha de empréstimo ao largo da Praia da Claridade.

"Esta é uma obra de grande importância para a Figueira da Foz, mas também para todo o país, tendo em conta que estamos a investir em soluções sustentáveis, para proteger o nosso litoral e garantir a qualidade de vida das populações", assinala Maria da Graça Carvalho, Ministra do Ambiente e Energia, frisando o "compromisso do Governo com a proteção costeira e a adaptação às alterações climáticas".

A linha de costa da Figueira da Foz tem sofrido com a erosão costeira, colocando em risco infraestruturas e habitats naturais, refere o MAEN numa nota enviada às redações.

A obra de recuperação vai ocorrer na costa sul desta cidade, utilizando sedimentos dragados da barra do porto. Segundo o Governo, esta intervenção irá fortalecer a costa e garantir a sua proteção para as próximas décadas.

A Ministra do Ambiente e Energia sublinha que "a areia que será utilizada para repor a praia da Figueira da Foz vem de uma área próxima, onde se acumula naturalmente. Essa areia será dragada e transportada para a praia, onde irá reforçar a costa e salvaguardar as dunas. Além de proteger esta zona da erosão, o projeto vai criar uma praia mais larga e segura para os banhistas, impulsionando o turismo e a economia local."

Recorde-se que Portugal, dada a sua extensa linha de costa, está particularmente sujeito à erosão. Segundo a Agência Portuguesa do Ambiente, 45% do litoral baixo e arenoso de Portugal continental (com cerca de 415 km de comprimento de um total de 987 km) apresenta tendência erosiva de longo prazo.

Portugal perdeu aproximadamente 13,5 km² de território costeiro para o mar nos últimos 65 anos, de 1958 a 2023, segundo a APA. Este dado reflete a erosão contínua da linha de costa em várias regiões do país, principalmente em áreas de litoral baixo e arenoso, onde a ação das ondas e o déficit sedimentar são mais pronunciados?.

A APA destaca a importância das intervenções de alimentação artificial como uma medida eficaz de mitigação e adaptação às alterações climáticas, que inclui a subida do nível do mar.

 

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