Outros sites Medialivre
Notícia

EUA investigam autenticidade de combustíveis renováveis baseados em óleo alimentar

A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos da América está a auditar produtores de biocombustíveis que poderão estar a usar matérias-primas fraudulentas para obter subsídios governamentais.

09 de Agosto de 2024 às 10:41
  • Partilhar artigo
  • ...

A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos da América (EPA) lançou uma investigação sobre as cadeias de abastecimento de pelo menos dois produtores de combustíveis renováveis, devido às preocupações da indústria de que alguns possam estar a utilizar matérias-primas fraudulentas para o biodiesel, a fim de garantir subsídios governamentais lucrativos.

A notícia, avançada pela agência Reuters, dá conta de que a investigação foi lançada no ano passado, mas a EPA recusa-se a identificar as empresas visadas porque as investigações estão em curso.

A produção de biodiesel a partir de ingredientes sustentáveis, como o óleo de cozinha usado, pode render às refinarias uma série de subsídios ambientais e climáticos estaduais e federais, incluindo créditos negociáveis no âmbito de um programa administrado pela EPA chamado Padrão de Combustível Renovável (RFS, na sigla em inglês). No entanto, tem-se receado que alguns produtos rotulados como óleo alimentar usado sejam, na realidade, óleo de palma virgem mais barato e menos sustentável, um produto que está associado à desflorestação e a outros danos ambientais.

A questão ganhou destaque na sequência de um aumento das exportações de óleo alimentar usado da Ásia nos últimos anos que, segundo os analistas, envolve volumes irrealistas relativamente à quantidade de óleo alimentar utilizado e recuperado na região. A União Europeia está também a investigar as matérias-primas devido às preocupações com fraude, destaca a agência noticiosa.

Jeffrey Landis, porta-voz da EPA, disse à Reuters que as auditorias da EPA começaram depois de a EPA ter atualizado os requisitos de contabilidade da cadeia de abastecimento doméstica, em julho de 2023, para produtores de combustível renovável que visam ganhar créditos no âmbito do RFS.

Estas auditorias aos produtores de combustível renovável incluem, entre outras coisas, "uma avaliação dos locais onde o óleo de cozinha usado na produção de combustível renovável foi recolhido. Essas investigações, no entanto, estão em andamento e não podemos discutir as investigações de fiscalização em andamento", referiu.

Os senadores americanos de estados agrícolas já pediram mais supervisão das matérias-primas de biocombustíveis. Segundo a Reuters, seis senadores americanos escreveram uma carta às agências federais a pedir mais fiscalização à produção interna e externa. "A administração Biden criou padrões vigorosos para verificar, não apenas confiar, os produtores americanos, e é imperativo que o mesmo escrutínio seja aplicado às matérias-primas importadas", escreveram na carta enviada no passado mês de junho.

Posteriormente, em julho, uma nova carta, assinada por 15 senadores, exortou o governo a excluir as matérias-primas importadas do programa de crédito fiscal para combustíveis limpos aprovado na Lei de Redução da Inflação.

 

 

Mais notícias