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Banco de Portugal vai utilizar algodão 100% sustentável na produção de notas

Programa de descarbonização aprovado vai “mais longe nas suas metas do que a própria Lei de Bases do Clima”, segundo a vice-governadora do Banco de Portugal.

20 de Fevereiro de 2024 às 10:01
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O Banco de Portugal vai utilizar algodão 100% sustentável ou proveniente do comércio justo para a produção de notas. A medida é anunciada no novo Programa de Descarbonização do Banco de Portugal, que assume o compromisso de atingir a neutralidade carbónica até 2050, no que se refere às emissões de gases com efeito de estufa (GEE) relacionadas com instalações, frota automóvel e eletricidade adquirida.

Os objetivos do programa estão alinhados com o Acordo de Paris e a legislação europeia e nacional, indo até "mais longe nas suas metas do que a própria Lei de Bases do Clima", segundo a vice-governadora do Banco de Portugal, Clara Raposo, referiu numa comunicação divulgada nesta segunda-feira.

As metas intermédias definidas neste plano preveem a redução das emissões de GEE face a 2018 de, no mínimo, 60% até 2030, 80% até 2040, e 90% até 2050. O Banco de Portugal compromete-se ainda a compensar progressivamente as emissões residuais de GEE através da aquisição de direitos de emissão ou promoção direta de projetos de captura, tendo em vista o objetivo de neutralidade carbónica definido para 2050. 

Para alcançar os objetivos e metas de descarbonização estabelecidos e melhorar o desempenho ambiental do Banco de Portugal, foi definido um plano de ação, composto por diversas medidas, quantificadas e calendarizadas.

Estão em causa iniciativas relacionadas com instalações, mobilidade sustentável, produção e emissão monetária, gestão de ativos financeiros da carteira própria, sumidouros e compensação de emissões, além de outras medidas de caráter transversal.

Clara Raposo salienta que já foram feitos progressos no âmbito deste "ambicioso" programa. Nomeadamente, "a eletricidade que o Banco consome é hoje totalmente proveniente de fontes renováveis. E se já adquirimos energia 100% renovável, vamos também produzir eletricidade com a recente instalação de painéis fotovoltaicos".

Em termos de mobilidade sustentável, o Banco de Portugal adotou uma política de teletrabalho que permite reduzir o número de deslocações casa-trabalho. "Estamos também a implementar medidas de mobilidade mais limpa, por exemplo, incentivando a utilização de carros híbridos ou elétricos", acrescenta.

Está ainda prevista a aquisição de créditos de carbono para compensar as emissões residuais da instituição liderada por Mário Centeno. No que toca à gestão das carteiras de investimento, a vice-governadora salienta que estão "a reforçar os títulos verdes, acompanhando as orientações do Eurosistema".

Deste plano fazem também parte a implementação de uma política de compras sustentáveis e a formação e sensibilização dos colaboradores para a sustentabilidade.

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