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Afonso Arnaldo: “Todos devemos ser agentes da mudança”

Afonso Arnaldo assinala que “estamos a falar de descarbonização, embora depois o tema ambiental seja mais amplo, mas é de facto o mais premente”.

07 de Outubro de 2020 às 14:30
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“Em termos de sustentabilidade, as práticas empresariais ao nível das grandes empresas portuguesas comparam bem com as de outros países europeus, em que são traçados e desenvolvidos objetivos, que não são só ‘para inglês ver’, que se coloca apenas no papel são assumidos”, refere Afonso Arnaldo, corporate responsability & sustainability leader e partner da Deloitte, que é uma consultora global.

Salientou que a própria Deloitte tem previsto atingir a neutralidade carbónica a nível global em 2030. “Sermos neutros globalmente em termos de emissões é feito com as pessoas, as empresas, os nossos clientes, colaboradores e fornecedores”, refere Afonso Arnaldo.

Acrescenta que no fundo tem que haver no mercado, “esta consciência de que todos devemos ser agentes de mudança, e que é esta rede que tem que ser criada e que em Portugal poderia estar mais desenvolvida, embora pense que no setor empresarial mais pequeno se começa despertar para esta realidade”, porque os objetivos de neutralidade carbónica não são apenas “responsabilidade dos grandes players do mercado”.

Referiu o papel do consumidor que “faz as suas exigências conscientes no seu consumo, e portanto as empresas tem que se adaptar a isso, mas as empresas são geridas por pessoas, o que sentimos é ainda uma fase de despertar do tecido empresarial mais pequeno, para estes assuntos”.

Afonso Arnaldo assinala que “estamos a falar de descarbonização, embora depois o tema ambiental seja mais amplo, mas é de facto o mais premente”. Está a criar-se um mercado e “assistimos nos últimos anos a um crescente interesse por esta área e pelo desenvolvimento de projetos que permitam às empresas atingir os seus objetivos em termos de sustentabilidade e de descarbonização”.

Objetivo ambiental

Existem vários tipos de projetos que são desenvolvidos consoante também a natureza das empresas e da sua área de atividade, “mas há setores onde estes temas são mais importantes e são vividos de uma forma mais intensa, mas isto toca a toda a sociedade”, diz Afonso Arnaldo. Admite que tem sido uma área com um desenvolvimento muito grande e antecipa que venha a ter um crescimento de procura.

Referiu que o Green Deal e “todos os apoios que surgirão para esta alteração têm um objetivo geral ambiental, mas é algo que vai muito além de nos limitarmos a dizer que temos este mesmo objetivo”. Deste modo “requer ações concretas para que o possamos atingir, e esta ação concreta é esta alteração de paradigma da economia e num plano a trinta anos e portanto estamos com certeza a falar de vários apoios”, concluiu Afonso Arnaldo.

Afonso Arnaldo recordou, a título de curiosidade, que há países que não estão a cumprir ou que se sentem mais renitentes em atingir os objetivos da descarbonização como Estados Unidos por exemplo. Mas fez uma ressalva de que “uma coisa são o Estados Unidos e quem o governa, e outra coisa são as empresas e o tecido empresarial dos Estados Unidos em que se vê uma preocupação enorme por cumprir metas a este nível”.

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