- Partilhar artigo
- ...
“As oportunidades de descarbonização das empresas de celulose são inúmeras, mas não são de hoje, porque nós utilizamos matéria-prima que é a madeira, portanto, que é produzida de forma sustentável e renovável, obviamente, de origem não fóssil” refere Sofia Reis Jorge, diretora executiva de sustentabilidade do Grupo Altri.
Fazem uma abordagem integrada da floresta, em que a partir de uma árvore aproveitam a fibra para fazer a pasta para papel ou uma fibra para incorporar em têxtil, e o restante é valorizado energeticamente para produção de energia renovável. “A Altri é a líder, neste momento no setor das energias renováveis de base vegetal, e já injetamos na rede elétrica nacional energia equivalente ao consumo de uma cidade com 300 mil habitantes”, saliente Sofia Reis Jorge.
A diretora executiva de sustentabilidade do Grupo Altri sublinhou a importância do capital natural, que é extremamente relevante para Green Deal, anunciado pela Comissão Europeia, e os objetivos da neutralidade carbónica, “em que a floresta é uma solução para atingir a neutralidade carbónica, sendo a única que é capaz de funcionar como sumidouro”.
Citou o Roteiro Nacional de Carbono de 2015, em que se diz que a floresta em 2015 se sequestrou 11 toneladas de CO2 equivalente. “Posso dizer, com dados nossos, que a fileira do eucalipto contribui com 1/3, para este sequestro de carbono. Portanto temos de apostar bastante no ordenamento do território florestar, da gestão florestal for feita de forma sustentável e promover também toda a certificação florestal”, prosseguiu Sofia Reis Jorge.
Eucalipto, mau da fita
Considerou que em relação ao eucalipto e ao seu papel na floresta portuguesa é visto com “misinformation, e o misunderstanding, e falta muitas vezes de compreensão e como a mensagem muitas vezes em relação ao eucalipto é passada. Aliás se for ao Roteiro Nacional de Carbono tem lá um dos projetos que é referenciado como um bom exemplo é precisamente o Melhor Eucalipto, que é um projeto que é dinamizado pela CELPA, que é a Associação das Empresas de Produção de Pasta e Papel, e aparece lá em grande plano como um dos grandes projetos que vai dar suporte a este Roteiro Nacional de Carbono”.
Sofia Reis Jorge afirmou que não se deve olhar para a floresta como os ovos de ouro, e que pelo facto de Portugal ter floresta vai atingir a neutralidade carbónica. Considera que “devemos olhar para a floresta como um mealheiro, temos ali a nossa reserva e devemos apostar claramente nas nossas atividades industriais, na procura das zero emissões de carbono e portanto também tem sido essa a visão do grupo Altri”.
A Altri desde de 1990, já reduziu em cerca de 85% as emissões de CO2 fóssil, das suas atividades. Um dos objetivos do grupo industrial é ficar independentes de combustíveis fosseis e “no grupo Altri, a grande fatia de CO2 fóssil, não advém de emissões diretas das nossas atividades, vem sim da cadeia de valor por isso temos de contribuir para a modernização do setor dos transportes e do que está associado há nossa atividade”.