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A prioridade é o capital natural

Para o ministro do Ambiente e Ação Climática, a valorização do capital natural e da biodiversidade têm de ter um impulso maior que tiveram no passado, o que passa pela remuneração dos serviços de ecossistemas.

07 de Outubro de 2020 às 12:30
Miguel Baltazar
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“A prioridade que tenho é a trazer a biodiversidade e a valorização do capital natural para a linha da frente. Esta pandemia mostrou-nos de uma forma muito evidente que não se consegue falar de saúde humana isoladamente, falar de saúde humana é falar de saúde animal e de saúde ambiental”, afirmou João Pedro Matos Fernandes (na foto).

Depois do que Portugal fez nas energias renováveis e nas emissões de gás com efeitos de estufa, “tenho de reconhecer que num país com a diversidade que o nosso tem do Minho ao Algarve, que a valorização do capital natural e da biodiversidade têm de ter um impulso maior que tiveram no passado, o que passa pela remuneração dos serviços de ecossistemas”, assinalou João Pedro matos Fernandes.

Na remuneração dos serviços dos ecossistemas já existem duas experiências montadas e em todos os avisos que se lançarem a partir de agora para os programas de desenvolvimento rural (PDR), “na parte da floresta deixamos de financiar a plantação de árvores, passamos a financiar a plantação e a gestão. Fazer contratos para plantar, substituir espécies para ter espécies mais adaptadas ao território nacional, e contratos de remuneração da diferença entre o que era a espécie que dá mais rendimento ao proprietário e a que é escolhida durante 20 anos. Nessa altura o valor em pé já é muito grande e ninguém se vai esquecer delas”, referiu o ministro do Ambiente e da Ação Climática.

Explicou que se deve olhar para as florestas pelo “valor tronco e o valor da madeira, é preciso olhar para a floresta pela copa que é por onde se faz a fotossíntese. A floresta não é um conjunto de árvores, mas é um ecossistema ou um conjunto de ecossistemas onde todos estes bens ambientais são gerados e isto é um bem público. Não posso pedir a um proprietário que opte por espécies de crescimento lento se isso lhe retirar rendimento durante 10, 20 e 30 anos. Isso tem de ser pago e é o que começámos a fazer”.

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