Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Opinião

E os culpados?

A história sobre o resgate do BES ainda está longe de estar contada. Claro que os meandros da decisão ficarão para mais tarde. O que não pode ficar para esse "mais tarde" são as responsabilidades. Não se pode querer manter a confiança no sistema financeiro ou no mercado de capitais se nada disto tiver consequências e rápidas.


O supervisor, Carlos Costa (governador do Banco de Portugal), e a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, já assumiram haver fraudes. Até já se foi mais longe e já se sabe que haverá um caso que se assemelha ao esquema Ponzi. Espera-se, então, o quê para se actuar? Será o sistema judicial tão burocrático que não permita uma rápida acusação pelo Ministério Público?

Além destes e de outros esquemas que foram descobertos em Julho, sabemos – e estava no prospecto do aumento de capital do BES – que já havia irregularidades no ESI (Espírito Santo International). Não era esse um sinal de alarme? Porque não soou? Há pouco mais de um mês foi concluído um aumento de capital no BES de mil milhões de euros, aumento esse que foi aprovado pelos supervisores que não fizeram soar nem ouviram qualquer sinal de alarme. Mas são esses mesmos supervisores que agora estão a acusar a anterior gestão de práticas de foro criminal. Não basta dizer que estes esquemas são difíceis de detectar e que são de difícil investigação (ainda para mais quando se conhecem casos internacionais). Mas deixar que se faça um aumento de capital de mil milhões de euros, onde muitos pequenos investidores aplicaram poupanças, não pode também ser considerado "fraude"? São estes os primeiros a querer ver consequências destes alegados crimes, que apesar de denunciados publicamente ainda não colocaram ninguém atrás das grades.

Ver comentários
Mais artigos de Opinião
Ver mais
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio