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O PSG contratou Neymar para jogar e fazer política

A transferência de Neymar do Barcelona para o PSG por 222 milhões de euros continua a dar que falar e mostra até que ponto o futebol é mais do que uma bola e a loucura dos adeptos.

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Esta contratação "é uma ofensiva charmosa de 'soft power'", sustentou Simon Chadwick, professor de Negócios Desportivos da Universidade de Salford, no Reino Unido, à Bloomberg

Ou seja, com este negócio pretende-se também influenciar as conversas sobre o comprador, neste caso o Qatar, que está a ser alvo de sanções por parte da Arábia Saudita e dos seus pares, alegadamente por financiar o terrorismo.

"Se nos lembrarmos de que o Qatar será a sede do Mundial de futebol de 2022 e, por outro lado, que o presidente do PSG é o catari Nasser Ghanim Al-Khelaifi (muito próximo do emir do Qatar, Tamim Al Thani), ex-presidente de uma cadeia televisiva com os exclusivos dos grandes jogos (BeIN), e que a Autoridade de Investimento do Qatar é a dona do PSG (um fundo soberano que pertence ao Governo do Qatar), fica claro que a promiscuidade entre os negócios do futebol assume neste caso um estatuto de política de Estado", assinala o sociólogo Elísio Estanque no Público.

No site da Globo, o bloguer Helio Gurovitz segue o mesmo raciocínio. "Por mais que o Qatar esteja organizando a Copa de 2022 e queira há quase sete anos fazer do PSG o campeão europeu, a explicação nada tem a ver com esportes. Neymar se tornou o peão numa disputa geopolítica crucial ao futuro do Oriente Médio."

Esta transferência é uma estratégia antiga, só que agora abrilhantada por reluzentes milhões. Basta lembrar os Jogos Olímpicos de Berlim, a manifestação da supremacia ariana de Hitler, ou a forma como a URSS preparava os seus atletas à margem da lei, para perceber que o desporto é uma poderosa e intemporal máquina de marketing político.


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