Houve festa, risos e choros e o desfile de vestidos na passadeira vermelha. E as partes sérias, como as que deixou no ar Jimmy Kimmel, que apresentou a cerimónia: "Esta emissão está a ser vista por milhões de americanos e em todo o mundo em mais de 225 países que agora nos odeiam." Disse mais, no espírito de luta de Hollywood contra Trump: "Este país está dividido. As pessoas têm-me dito para dizer algo que nos una. Eu não sou o homem para unir este país." Resta saber quem será.

No El Mundo, Pedro G. Cuartango conta a sua emoção quando viu "La La Land": "O paradoxo é que, por trás da ode à juventude e à vida que há em muitas das sequências, o filme pode ler-se como a crónica de um fracasso, uma história que acaba mal porque os sonhos chocam contra a realidade. Há no fim um pouco de amargura que força o espectador a sair da sala com uma sensação agridoce. (…) Sempre acreditei que o cinema não pode ser analisado em termos racionais. Há grandes filmes que são absurdos ou incríveis. 'La La Land' comove-nos precisamente porque, como a própria vida, é uma obra inacabada e imperfeita, em que o que pode ser é frustrada mais pelo caprichoso azar do que pelos erros dos protagonistas." No New York Times, Peter Suderman aponta noutra direcção: "Os nove filmes nomeados para o principal prémio não apresentam uma visão da identidade americana mas das diferentes identidades americanas - uma colagem de muitas e diferentes vidas americanas que, tomadas em conjunto, providenciam-nos um sentido do ideal americano como um único filme nunca conseguiu. (…) Eles mostram uma nação fragmentada pela raça, pela classe, cultura e geografia."