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Alguns dos 800 mil afectados serão portugueses. Ciente do impacto que as possíveis deportações podem causar nas próprias fileiras republicanas, o Presidente tentou minimizar o ataque, oferecendo uma prorrogação de seis meses enquanto o Congresso procura uma solução. Para Trump, no Twitter, tudo é claro: "Que ninguém se engane, vamos colocar o interesse dos cidadãos norte-americanos em primeiro lugar." A emigração é o grande alvo de Trump: depois dos mexicanos e dos muçulmanos, esta decisão alarga o leque. Trump escreveu mais: "Somos uma nação de leis. Nunca mais incentivaremos a emigração ilegal. Lei e Ordem." Ainda incapaz de liquidar o Obamacare e enquanto se espera a reforma tributária, Trump ataca os emigrantes. O republicano Paul Ryan disse: "Estamos a falar de jovens que não conhecem outro país nem outro lar. Vivem num limbo que exige uma solução legislativa." Cerca de 400 executivos de empresas como o Facebook, General Motors e Hewlett Packard exortaram o Presidente a proteger os "sonhadores": "São uma das razões pelas quais continuamos a ter uma vantagem competitiva global." Estimam que a sua deportação poderia causar prejuízos até 460 biliões de dólares.
Paul Krugman, no New York Times, escreve: "A decisão de Trump matar o DACA é, primeiro do que tudo, uma obscenidade moral: deporta 800 mil jovens que são americanos, e que não fizeram nada de mal, por razões raciais. (…) Os DREAMers são jovens, o que significa que ajudam a economia não de uma, mas de duas maneiras, porque mitigam os problemas económicos de uma população envelhecida." E, no Los Angeles Times, Wayne Cornelius acrescenta: "Acabar com o DACA é apenas uma peça no assalto da administração Trump às famílias e comunidades emigrantes."