Opinião
A madrugada de uma nova era de proteccionismo
A globalização das relações comerciais está em crise. As razões são económicas e políticas.
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Alemanha e França enterraram a Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP), o acordo de comércio entre a UE e os Estados Unidos. O Congresso americano torce o nariz à Parceria Transpacífica com a Ásia. Trump quer acabar com o Acordo de Comércio Livre da América do Norte (NAFTA). A globalização das relações comerciais está em crise. As razões são económicas e políticas.
Mas quem veio enterrar o TTIP foi o vice-chanceler alemão e um membro do governo francês. El-Erian tem uma tese: "Os políticos convencionais - na esperança de minimizarem os riscos de perderem a reeleição - justificam o uso de um tom que reconhece e acomoda estes forças proteccionistas com o argumento de que o impacto negativo no comércio global seria muito maior e duradouro se os movimentos anti-sistema chegarem ao poder".
A próxima reunião do G20, marcada para este fim-de-semana, é uma oportunidade para contrariar esta tendência. Christine Lagarde deixou um apelo no blog do FMI. "O pêndulo político ameaça oscilar no sentido que contraria a abertura económica, e sem uma acção política enérgica, o mundo pode sofrer com um crescimento desapontante durante um período longo de tempo".
Martin Wolf, do Financial Times, teme consequências mais profundas. "A confiança num casamento duradouro entre a democracia liberal e o capitalismo global parece injustificada". O que pode ocupar o seu lugar? Um capitalismo nacional, "do género do que aconteceu nos anos 30. Não é difícil identificar políticos ocidentais que adorariam caminhar nesta exacta direcção."
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