Opinião
Como ganhar tempo e gastar dinheiro
O fim da Aerosoles, contado ao Negócios na versão do seu ex-presidente, Artur Duarte, é um "caso de estudo".
O fim da Aerosoles, contado ao Negócios na versão do seu ex-presidente, Artur Duarte, é um "caso de estudo". E quem não leu a entrevista, publicada na edição de 13 de Setembro, deve fazê-lo. Entre outras coisas, Artur Duarte diz que o anterior Governo meteu 15 milhões de euros na empresa de calçado com o objectivo único de chegar às eleições e faz 'mea culpa' por erros estratégicos que cometeu. Entre eles, o de aguentar as lojas em vez de ter feito um "downsizing" que passaria pelo despedimento de 300 pessoas.
"O Estado quis assumir a maioria do capital e depois viu-se", refere o empresário.
Há, ainda, outra frase de Artur Duarte, na referida entrevista, que importa reter: "Este capítulo está encerrado... quando muito só pelo direito ao meu bom nome, mas eu acho que nestas coisas quanto menos poeira se levantar melhor. Não estou para grandes polémicas."
Dito isto, salientem-se três pontos:
- Quando o Estado se põe a gerir empresas para as salvar, o resultado não é apenas nulo. Acaba, invariavelmente, por custar dinheiro (muito) aos cofres públicos.
- Quando os empresários se colocam à mercê de financiamentos públicos como os concedidos à Aerosoles e abdicam - ou fazem concessões - na gestão, estão a cometer um erro fatal.
- Quando ficam pontas soltas ha história - como Artur Duarte sugere - abre-se espaço à especulação e às teorias conspirativas.
É exigível, em termos de transparência pública que o Estado (em concreto, o IAPMEI) contasse a sua verdade dos factos.
Os cuidados paliativos que o Estado se entretém a dar a empresas moribundas, serve apenas para ganhar tempo e gastar dinheiro.
E é concorrência desleal.
"O Estado quis assumir a maioria do capital e depois viu-se", refere o empresário.
Dito isto, salientem-se três pontos:
- Quando o Estado se põe a gerir empresas para as salvar, o resultado não é apenas nulo. Acaba, invariavelmente, por custar dinheiro (muito) aos cofres públicos.
- Quando os empresários se colocam à mercê de financiamentos públicos como os concedidos à Aerosoles e abdicam - ou fazem concessões - na gestão, estão a cometer um erro fatal.
- Quando ficam pontas soltas ha história - como Artur Duarte sugere - abre-se espaço à especulação e às teorias conspirativas.
É exigível, em termos de transparência pública que o Estado (em concreto, o IAPMEI) contasse a sua verdade dos factos.
Os cuidados paliativos que o Estado se entretém a dar a empresas moribundas, serve apenas para ganhar tempo e gastar dinheiro.
E é concorrência desleal.
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